Em discurso marcado por palavrões, Bolsonaro promete empenho para baixar inflação

No dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou a maior alta da inflação para janeiro nos últimos seis anos - o IPCA bateu 10,38% no acumulado de 12 meses -, o presidente da República, Jair Bolsonaro, prometeu mais uma vez empenho do governo contra a alta dos preços e reiterou críticas indiretas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em discurso marcado por palavrões durante visita à Barragem de Oiticica, em Jucurutu, Rio Grande do Norte, Bolsonaro ainda voltou a reclamar da política de preços da Petrobras e a culpar governadores pelo preço dos combustíveis, um dos inimigos do presidente na perda de popularidade.

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Bolsonaro está em tour pelo Nordeste para inaugurar trechos da transposição do Rio São Francisco. Ele aposta na megaobra de infraestrutura e no Auxílio Brasil para fortalecer sua imagem no Nordeste, região onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a maior força eleitoral.

"No corrente ano, vamos nos empenhar para baixar a inflação e também conseguir mais empregos", prometeu o presidente, sem citar os dados desta quarta-feira, mas reconhecendo o salto no valor dos combustíveis. "Não tenho poder de chegar na Petrobras e falar 'está congelado, diminui preço do combustível'. Até gostaria de ficar livre da Petrobras, porque me acusam de uma coisa que não tenho responsabilidade", acrescentou, jogando a culpa da alta do preços de combustíveis em governadores pela cobrança de ICMS.

STF

Em mais um episódio de tensão com o STF desde que descumpriu a determinação do ministro Alexandre de Moraes e se recusou a prestar depoimento na Polícia Federal, Bolsonaro recusou a pecha de antidemocrático.

"Não prendi deputado, não desmonetizei página de ninguém", declarou Bolsonaro, em crítica indireta à Suprema Corte. "Alguns falam que presidente é mal educado, fala palavrão, mas eu não roubo".

Pandemia

O chefe do Executivo ainda repetiu que não errou em nenhum momento durante a pandemia de covid-19 e voltou a usar expressões pejorativas para se referir a nordestinos. "Minha esposa é filha de um cabra da peste, de um cabeça chata."

Represa

Bolsonaro também se queixou de não poder represar a água do Rio São Francisco em território potiguar em razão das populações ribeirinhas. "Virou questão política por parte da governadora (Fátima Bezerra, PT). É dar atenção a minorias que lutam pelo direito a 'não barragens'. O que é isso? Por causa de 10, 15 famílias?", questionou. "Espero que em breve isso seja solucionado."

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