Endividamento das famílias chega a 76,6% em Fortaleza
Aperreio | Levantamento do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) mostra que os problemas financeiros afetam mais as mulheres (31,7%) e os da classe com renda familiar mensal abaixo de cinco salários mínimos (29,3)
Em Fortaleza, 76,6% das famílias encerraram o bimestre novembro/dezembro de 2021 com algum tipo de dívida. São 3,5 pontos percentuais acima do verificado no bimestre anterior, encerrado em outubro, e bem acima do cenário verificado em igual período do ano passado (65,2%). Os dados fazem parte da pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada ontem pela Fecomércio Ceará, que mostra, no entanto, que a inadimplência caiu 0,2% no período.
O indicador passou de 27,8% dos consumidores no bimestre setembro/outubro, para 27,6% no último período. A pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) revelou também que os problemas financeiros afetam mais as mulheres (31,7%), os consumidores do estrato com idade entre 25 e 34 anos (30,1%) e da classe com renda familiar mensal abaixo de cinco salários mínimos (29,3)
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O tempo médio de atraso é de 68 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro - a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 55,6% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 35,7%, seguido da contestação da dívida (7,5%).
Segundo o levantamento, o consumidor de Fortaleza está comprometendo, em média, 40,8% da renda familiar com o pagamento das dívidas – resultado 3,6 pontos percentuais inferior ao registrado no bimestre encerrado em outubro.
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 72,6% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 17,2%; empréstimos pessoais, com 9,6%; carnês e crediários, com 6,9%; e cheque especial, com 0,5%.
A pesquisa mostra que são os gastos correntes os principais responsáveis pelo endividamento, com destaque para a compra de alimentos a prazo (63,8%), o uso de crédito para pagamento de aluguel residencial (31,3%) e para a cobertura de despesas de saúde (22,3%). O valor médio das dívidas é de R$ 1.523, com prazo médio de oito meses.
Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, reduziu -2,5 pontos percentuais, atingindo o patamar de 13,3% no bimestre novembro/dezembro.
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 15,1%), do grupo com idade acima dos 35 anos (15,0%) e do estrato com renda familiar mensal inferior a cinco salários mínimos (14,2%). Orçamento familiar
A pesquisa ainda revela que 76,1% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 13,3% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 10,5% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.
A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência.