Risco de desabastecimento de combustíveis é pequeno, diz Sindipostos Ceará

Mesmo assim, pode haver atrasos pontuais no abastecimento de alguns postos, alerta a entidade. A Petrobras informou que a demanda de pedidos veio acima da média, mas está cumprindo integralmente os contratos

A confirmação pela Petrobras do aumento da demanda por combustíveis, acima da sua capacidade de produção, acendeu o alerta do mercado para os riscos de falta do produto nos postos em novembro. Apesar disso, a possibilidade de um desabastecimento generalizado no Brasil - e no Ceará - é considerada pequena pelo Sindipostos Ceará.

"Pode faltar de forma pontual, por algumas horas, ou até um dia, dependendo do município e da capacidade de armazenamento de cada posto, mas o risco de desabastecimento generalizado é muito pouco provável", afirmou o assessor econômico do Sindipostos Ceará, Antônio José Costa.

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Em nota enviada à imprensa nesta terça-feira, 19, a Petrobras também reiterou que está "cumprindo integralmente os compromissos contratuais com seus clientes para fornecimento de diesel e gasolina". Mas confirmou que os pedidos extras solicitados para novembro vieram 20% acima da sua capacidade de suprimento no caso do diesel e 10% acima em relação à gasolina.


 

"Configurando-se como uma demanda atípica tanto em termos de volume como no prazo para fornecimento. Além disso, não houve, do ponto de vista do mercado, qualquer fato que justifique esse acréscimo de demanda".

O comunicado da estatal tenta tranquilizar o mercado após o alerta feito pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis Brasilcom – que representa mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis – sobre "uma série de cortes unilaterais nos pedidos feitos para fornecimento de gasolina e óleo diesel" para novembro.

Segundo a Petrobras, não há risco de desabastecimento. "Atualmente, há dezenas de empresas cadastradas na ANP aptas para importação de combustíveis. Portanto, essa demanda adicional pode ser absorvida pelos demais agentes do mercado brasileiro".

A empresa também ressalta que atua de forma planejada e maximizando sua produção e entregas, dentro dos prazos previstos para atendimento dos pedidos.

"Para isso, a companhia segue operando com elevada utilização de suas refinarias, tendo alcançado 90% da sua capacidade de processamento (FUT- fator de utilização), no acumulado de outubro, bem acima da média dos últimos trimestres".

Alinhamento de preços

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) defendeu em nota sua defesa pelo alinhamento de preços ao mercado internacional e sinalizou que uma clareza sobre o tema é necessária para atrair o investimento de agentes econômicos para a ampliação do parque de refino brasileiro.

"O Brasil é um importador líquido de derivados, quadro que não deve se alterar na próxima década", disse o instituto, que tem em seu quadro de associados as maiores distribuidoras do país Vibra Energia (Ex-BR); Ipiranga, do grupo Ultra; e Raízen, joint venture de Shell com Cosan.

"Sem a percepção clara por parte dos agentes econômicos de que os preços variarão segundo regras de mercado, como ocorre com todas as demais commodities, não há segurança para a ampliação do parque de refino nacional", destacou.

O IBP frisou ainda que o mercado de combustíveis é mundialmente integrado "e é o alinhamento de preços ao mercado internacional, adotado no Brasil desde 2016, que garante a transparência quanto aos preços relativos e dá a sinalização correta aos agentes econômicos para que estes invistam no aumento da oferta e no aprimoramento da logística de distribuição, garantindo o abastecimento nacional".

O consumo de combustíveis, disse o IBP, tem crescido ao longo de 2021 e já alcança patamares pré-pandemia. De janeiro a agosto de 2021, 26% do volume de diesel e 8% da gasolina foram adquiridos no mercado externo, afirmou.


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