Região Sul do Ceará tem mais de 18 minerais estratégicos para a indústria 4.0, mostra estudo

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) levantou a a cartografia geológica de mais 36 mil km² da região Sul do Ceará

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) levantou a a cartografia geológica de mais 36 mil km² da região Sul do Ceará, englobando 12 folhas na escala 1:100.000. O mapeamento identifica mais de 18 recursos minerais considerados estratégicos para a indústria 4.0, que engloba tecnologia da informação e segmento energético.

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Dentre os recursos identificados estão magnesita, gipsita, calcário, barita, caulim, celestita, quartzo, gemas, mármore, talco, amianto, scheelita, cromita, galena, grafita, ouro, ferro e manganês. Foram apontadas 17 ocorrências de cobre, duas de ouro e 78 de mármore.

Este estudos geológicos servirá para o setor mineral basear investimentos. A área, somente no primeiro semestre deste ano, representou cerca de 28% das exportações (US$ 38,8 bilhões), aumento de 66% em comparação a igual período do ano passado.

Ainda foram 11 mil empregos no primeiro trimestre deste ano, crescimento formal de 7,7%, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Sobre a pesquisa, ela permite ainda individualizar as unidades litoestratigráficas fanerozoicas, proterozoicas e arqueanas, que possibilitaram mudanças significativas na compreensão da geologia na região.

Na análise da pesquisadora em geociências Iris Pereira Gomes, a expectativa é fomentar, futuramente, estudos detalhados e quem sabe abrigar um novo empreendimento de produção mineral na região.

"Somente uma pesquisa geológica mais detalhada, enfocando as substâncias minerais potenciais desta sequência, pode sugerir a possibilidade de um futuro empreendimento", pontua Iris, acrescentando que esse potencial observado no Ceará deve-se a características geológicas de terrenos pré-cambrianos.

"Regiões contendo rochas pré-cambrianas tem uma diversidade geológica que normalmente hospeda bens minerais, principalmente metálicos, como é o caso dos ambientes geológicos existentes nas províncias minerais de Carajás e do Quadrilátero Ferrífero", explicou.

Estima-se que, em média, investigações geológicas mais complexas demorem cerca de dez anos para serem concluídas, desde as etapas iniciais até o empreendimento ser considerável viável economicamente e cumprir todas as exigências ambientais necessárias para se viabilizar como uma alternativa concreta de desenvolvimento sustentável.

Desbravamento mineral do Estado

Conforme o estudo, inserido em uma das novas fronteiras da pesquisa mineral do país, parte do Ceará está geologicamente ligado à Província da Borborema, onde atualmente há várias pesquisas focando bens metálicos, substâncias como ferro, vanádio, titânio, ouro, platinoide (paládio e platina), níquel, cobre, cobalto e cromo. Destaca-se atualmente a implantação do empreendimento da mina de Itataia para exploração de urânio e fosfato, que está em fase de liberação ambiental.

O nome do projeto refere-se à abrangência territorial, que percorre do oeste (Bacia do Cococi) até o lado leste do Ceará, região do município de Granjeiro e adjacências.

Nesse área, foram mapeados os municípios de Parambu, Tauá, Arneiroz, Catarina, Aiuaba, Antonina do Norte, Saboeiro, Campos Sales, Salitre, Potengi, Araripe, Santana do Cariri, Nova Olinda, Altaneira, Cariús, Acopiara, Quixelô, Iguatu, Orós, Icó, Jucás, Cedro, Umari, Lavras de Mangabeira, Várzea Alegre, Farias Brito, Baixio, Ipaumirim e Aurora. A pesquisa se estende aos municípios de Cajazeiras, na Paraíba, e Pio IX, no Piauí.

De acordo com o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB-CPRM, Marcio Remédio, por meio deste projeto a empresa dá continuidade à política governamental de atualizar o conhecimento geológico do país, através dos levantamentos geológicos básicos, geoquímicos e geofísicos, e da avaliação integrada das informações, fundamental para o desenvolvimento regional e importante subsídio à formulação de políticas públicas e de apoio à tomada de decisão de investimentos.

"Com a disponibilização destes produtos, espera-se contribuir para o desenvolvimento do conhecimento geológico do território brasileiro, atrair investimentos e fomentar a implantação de novos empreendimentos mineiros na região, promovendo a geração de empregos e o desenvolvimento regional do Ceará", afirma.

Os novos dados e informações disponibilizados pelo SGB-CPRM para incentivar a pesquisa mineral no estado de Ceará, obtidos no Projeto "Mapeamento Geológico e Integração Geológica-Geofísica-Geoquímica na Região de Granjeiro-Cococi, Ceará", vinculado ao Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia,hestão disponíveis gratuitamente no portal do SGB-CPRM, no Repositório Institucional de Geociências (Rigeo), além de um conjunto expressivo de bases de dados de afloramentos, recursos minerais e geoquímica, disponíveis no GeoSGB.

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