Vaca louca: risco de carne contaminada chegar ao Ceará é zero, diz Sindicarne

No último dia 4, o Ministério da Agricultura confirmou a existência de dois casos do chamado "mal da vaca louca", em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG)

Apesar da confirmação pelo Ministério da Agricultura de dois novos casos no País do chamado “mal da vaca louca”, como é conhecida a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o que levou inclusive, à suspensão das exportações de carne para China, risco de carne contaminada chegar à mesa do consumidor cearense é zero. A avaliação é do presidente do Sindicarnes, Everton Silva.

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E por duas razões. A primeira é que os casos notificados pelo Ministério da Agricultura foram em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). E ele explica que a carne que abastece o Ceará vem principalmente do Pará, Goiás e Maranhão.

Mas, independente da origem do frigorífico, Everton explica que nos abatedouros existem dois exames importantes que devem ser feitos: um antes da morte do animal e outro no período posterior. E nos dois casos identificados pelo Ministério da Agricultura o gado em questão não passou para o abate.

“O risco é zero porque foi identificado antes de entrar para o abate. E mesmo se, porventura, esse animal viesse para ser abatido aqui, além de passar pela inspeção federal, essa carne precisaria passar também pelo Serviço Inspeção Estadual (SIE), então, não há perigo de contaminação”, afirmou o presidente do Sindicarne Ceará, Everton Lima.


Entenda o caso

No último dia 4, o Ministério da Agricultura confirmou dois casos do chamado “mal da vaca louca” em frigoríficos do Mato Grosso e Minas Gerais. Os casos foram detectados durante inspeção “ante-mortem”, procedimento usado para animais que apresentam idade avançada.

De acordo com a Secretaria de Defesa Agropecuária, estes são o quarto e o quinto casos de EEB atípica registrados em 23 anos de vigilância para a doença - o Brasil nunca registrou a ocorrência de caso de EEB clássica.

A EEB atípica, segundo o ministério, ocorre de maneira espontânea e esporádica, e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. É verificada uma mutação em um único animal. Já a do tipo clássico está relacionada à contaminação por alimentação, quando há a possibilidade de afetar uma maior quantidade de animais do rebanho - como aconteceu entre 1992 e 1993 no Reino Unido.

"Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá. Portanto, não há risco para a saúde humana e animal", diz a pasta em nota.

Se não há risco, porque foram suspensas exportações para China?

O Governo decidiu pela suspensão das exportações de carne bovina para a China, seguindo o compromisso de protocolo sanitário firmado entre os dois países. O Ministério da Agricultura informou que a suspensão das vendas para a China seguirá até que as autoridades do país asiático concluam a avaliação das informações repassadas sobre os casos.

A China é o maior parceiro comercial do País. Junto com Hong Kong, o país asiático respondeu por uma fatia de 59% da receita e do volume exportado pelo Brasil em carne bovina (in natura e processada) desde o início do ano, de acordo com dados divulgados no sábado pela Associação Brasileira de Frigoríficos.

Há dois anos, quando o Brasil também registrou um caso atípico do mal da vaca louca, as exportações para China ficaram suspensas por quase 15 dias.

O ministério afirmou ainda que obteve a confirmação na sexta-feira e que, na sequência, informou oficialmente a OIE.

 

"A OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país", diz o ministério. Desta forma, conforme o governo, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, o que não justificaria qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos.

(com informações de agências)

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