Mais de 150 caminhoneiros paralisam na BR-116, em Brejo Santo, contra preço dos combustíveis

Motos, carros de passeio, ambulâncias e veículos transportando insumos hospitalares são autorizados a continuar viagem

Mais de 150 caminhoneiros realizam paralisação neste domingo, 25, em Brejo Santo, no Ceará, no Km 500 da BR-116. O local foi um dos principais pontos de concentração da categoria na greve de 2018 que parou o Brasil.

As informações são do Blog Farias Júnior, que acrescenta que os caminhões estavam parados no acostamento para que o trânsito não seja atrapalhado. A previsão é de que cheguem mais veículos e a paralisação é por tempo indeterminado, estimado em, pelo menos, três dias.

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O movimento teve início na tarde deste domingo e uma das motivações para o ato é a alta nos preços dos combustíveis. Motos, carros de passeio, ambulâncias e veículos transportando insumos hospitalares são autorizados a continuar viagem. O Posto Planalto e o Posto São Joaquim são pontos de concentração para os veículos, com presença de caminhoneiros de vários locais do País. Motoristas de caminhões são obrigados a parar e há colocação de pneus na rodovia.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local e organizou o fluxo de veículos. Foram reportadas também tentativas de roubo a caminhões estacionados em locais mais escuros e mais distantes da cidade e o Raio atuou na região.

O ato faz parte da paralisação nacional dos caminhoneiros.  As recentes altas no valor dos combustíveis e a insatisfação com algumas promessas não cumpridas pelo Governo Federal seguem como pontos de tensão. Como pano de fundo, está a polarização entre apoiadores e críticos ao governo Jair Bolsonaro. No sábado, 24, o ex-ministro da Justiça e Segurança Púbica, Sérgio Moro, atualmente na oposição, gravou vídeo em apoio aos caminhoneiros.

No Ceará, foi registrada também neste domingo uma manifestação de caminhoneiros em Tabuleiro do Norte, na altura do km 213 da BR-116. Segundo O POVO apurou, os motoristas teriam partido da via que dá acesso à sede do município em direção às proximidades de um posto de combustível. O ato foi acompanhado pela Polícia Rodoviária Federal no Ceará (PRF-CE). Em nota, a instituição informou que "esteve no local e acompanhou um evento pacífico em alusão ao 'dia do caminhoneiro' (na verdade, Dia do Motorista), que é comemorado anualmente. Em nenhum momento, o trânsito foi paralisado".

Em postagens no Twitter, porém, alguns caminhoneiros garantiram que o movimento na cidade do Vale do Jaguaribe foi um protesto contra os altos preços dos combustíveis e a insatisfação com o valor do reajuste da tabela de frete (de 5,8% em média) definidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no último dia 14 de julho. Na ocasião, foi registrado um protesto com bloqueio de via, na CE-155, no trecho que dá acesso ao Porto do Pecém.

A secretária-executiva do Sindicato dos Caminhoneiros do Ceará (Sindicam-CE), Joana D'arc Seixas, confirmou ontem, que o sindicato recebeu ligações de alguns caminhoneiros envolvidos no ato em Tabuleiro Norte, mas que estes teriam sido informados que a manifestação não contaria com o apoio da entidade, caso não houvesse uma solicitação e uma autorização formal.

A paralisação da categoria foi convocada pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). A revisão da política de preços do óleo diesel da Petrobras é a principal pauta de reivindicação da entidade que também pede a inclusão dos transportadores rodoviários em programa especial de aposentadoria com 25 anos de trabalho pelo fato de as atividades serem insalubres.

Contudo, conforme O POVO já havia adiantado na sexta-feira, 23, das cinco principais entidades que representam os caminhoneiros no Brasil três são favoráveis e duas contra a paralisação. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que esteve entre as principais organizadoras da greve de 2018, posicionou-se de forma contrária, por exemplo.

Filiado à CNTA, o Sindicam-CE, principal entidade a representar a categoria no Estado, disse seguir o mesmo entendimento. "A situação não permite uma greve atualmente. Os transportes não pararam durante a pandemia e houve até aumento na entrada de transportadores. Então, não é viável", disse a secretária-executiva da entidade.

Para o especialista em logística e CEO da TruckPad, Carlos Mira, “é pouco provável que tenhamos algum movimento na dimensão de 2018. Isso porque não há uma liderança organizada à frente de uma paralisação”. Ele acrescenta que a falta de regulamentação da profissão também ajuda a explicar a divisão da categoria. (Colaborou Adriano Queiroz)

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