"O nosso problema não é falta de recursos, é a desordem em termo de gestão política e social’’, afirma o economista Ladislau Dowbor

Ladislau Dowbor e Lauro Chaves Neto participaram do programa Debates do Povo na rádio O POVO CBN desta quarta, 23

Nesta quarta-feira, 23, o escritor e economista Ladislau Dowbor e o assessor econômico da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Lauro Chaves Neto, participaram do programa Debates do Povo, na rádio O POVO CBN, com tema sobre o cenário econômico brasileiro.

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Mediado pelo jornalista Marcos Tardin, os convidados também debateram sobre a privatização da Eletrobras, o aumento da desigualdade com a pandemia, a reforma administrativa e quais são as perspectivas para o futuro do País. Em seu livro, ‘’A era do capital improdutivo’’, o economista Ladislau Dowbor investiga os mecanismos usados pelas corporações financeiras para exercer o poder político diretamente no processo de ‘’sequestro da democracia’’. Durante o debate, o autor afirmou que no Brasil, ‘’o nosso problema não é falta de recursos, é a desordem em termo de gestão política e social’’.

O economista cearense, Lauro Chaves Neto, considera a redução da desigualdade como uma condição necessária para o desenvolvimento da economia brasileira. ‘’É fundamental para as empresas, porque quando se reduz essa desigualdade extrema, você vai estar aumentando muito o mercado interno’’, acredita.

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Para Lauro Chaves, a privatização das empresas no Brasil é conduzida por uma problemática antiga: a ineficiência das agências reguladoras. Segundo o economista, ao longo da história da política no País, ‘’nenhum dos governos foi capaz de colocar agências reguladoras para funcionarem com o seu real papel, em defesa da sociedade e do setor’’.

Conforme o escritor Ladislau Dowbor, a privatização transforma o lucro em dividendos para grupos financeiros nacionais e internacionais. Ele ainda criticou: ‘’Se eu me aproprio do bem de outra pessoa, isso não se chama privatização’’.

Sobre a reforma administrativa, Lauro Chaves acredita na importância da descentralização do mercado financeiro no Brasil. Ele explica que, atualmente, 80% dos ativos financeiros do País estão sob posse de cinco grandes empresas bancárias. Isso quer dizer que os depósitos financeiros realizados por brasileiros de todos os estados têm um único destino final: São Paulo ou Brasília, as duas cidades matrizes dos bancos. "É um crime contra o desenvolvimento nacional, pois esse dinheiro deveria estar no interior dos estados promovendo o desenvolvimento local’’, diz o assessor econômico.

Direcionando um possível olhar para o futuro do Brasil, Ladislau Dowbor reflete sobre a potência da economia de base, para uma mudança do nosso cenário. ‘’Se você vai para a base da sociedade, dinamiza-se a capacidade produtiva subutilizada. Isso não é custo. Tem que juntar renda básica, políticas sociais de acesso público, gratuito e universal, finaliza.


Programa Debates do Povo


Onde: Rádio O POVO CBN FM 95.5, AM 1010, pelo Facebook da Rádio O POVO CBN e também do portal O POVO Online

Quando: segunda a sexta-feira, às 16 horas

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