Hotéis tentam negociar uso de espaços para realização de reuniões empresariais em novo decreto

Medida é vista como um "ponta pé inicial" para um retorno mais consistente das atividades no segmento de hotelaria no Ceará

13:49 | Mai. 28, 2021

FORTALEZA, CE, BRASIL, 22-05-2021: Baixa movimentação de turistas nos hotéis na Av.Beira Mar (Foto: Fernanda Barros/ Especial Para O POVO). (foto: Fernanda Barros)

Diante das baixas taxas de ocupação, o setor de hospedagem e hotelaria do Ceará tenta negociar com o governo do Estado, na produção do novo decreto de isolamento social, a liberação para realização de pequenos eventos empresariais e reuniões corporativas nos espaços dos hotéis, como reuniões de gestão e treinamentos. A medida, porém, conforme pondera o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, não se trata de uma demanda urgente e se limitaria a ações corporativas com no máximo 20 pessoas.

Régis revelou a informação com exclusividade ao O POVO e pontua ainda que o setor não pressiona o Estado para liberação e que jamais pediria, diante dos atuais números de casos e mortes pela Covid-19, eventos de lazer: “O nosso pedido está lá, para esses micro eventos, mas não sabemos quando vai ser atendido. É algo que queremos, temos essa demanda, mas sabemos que depende da estabilização e queda da Covid-19, então estamos aguardando a decisão do governo do Estado”.

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O setor, intimamente ligado ao turismo, apresenta sua “base fundamental” em operação, com o funcionamento dos bares, restaurantes e barracas de praia conforme define Régis. Como o principal impulsionador do movimento nos hotéis, o segmento de eventos, segue sem previsão de retomada diante da crise sanitária gerada pela Covid-19, o setor não apresenta grandes expectativas para o novo decreto de isolamento social.

“Estamos operando hoje com equipes extremamente reduzidas, temos apenas o mínimo de funcionários necessário para operacionalizar os hotéis”, acrescenta Régis. Tal cenário reflete a grande onda de demissões do setor registrada em 2020. “Estamos com o quadro tão reduzido, que não há como demitirmos mais, se reduzir ainda mais ficará inviável operacionalizar os hotéis”, explica.

Mesmo neste cenário, o uso do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, BEm, que flexibiliza relações trabalhistas, possibilitando a suspensão de contratos e a redução salarial e de jornada, preveniu uma onda de demissões ainda maior. O presidente da Abih-CE, detalha: “A medida é um paliativo, mas que se fez muito necessário, teve ampla adesão no segmento”. A entidade afirma, porém, não possuir um levantamento exato de quantos funcionários se enquadram neste contexto.

Além do segmento de eventos, uma ação externa que poderia representar um novo fôlego para o setor de hotelaria no Ceará, seria a reabertura, ainda que com capacidade mínima, dos parques aquáticos da região. “São grandes aparelhos turísticos que impulsionam muito o fluxo de pessoas no Estado, mas essa liberação não é algo que nós nos responsabilizamos, esse pedido deve ser feito pelo próprio segmento”, complementa.