Ceará quer incentivar cultivo de culturas nobres, com retorno maior ao produtor

Atualmente, a pesquisa que está em desenvolvimento pela Secretaria do Desenvolvimento e Trabalho (Sedet) é a plantação do trigo no período de intervalo do melão

Assim como fizeram com algodão e o trigo, o Governo do Ceará planeja incentivar o cultivo de culturas nobres entre os produtores do Estado, gerando um retorno do investimento maior aos agricultores do Estado. A ideia é estimular a plantação de pitaya, mirtilo, avocado (abacate).

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O objetivo é que entre as safras principais cultivadas no território cearense, os produtores invistam nestes novos alimentos. Atualmente, a pesquisa que está em desenvolvimento pela Secretaria do Desenvolvimento e Trabalho (Sedet), em parceria com o empresário Alexandre Sales, dono do Moinho Santa Lúcia, em Aquiraz, Embrapa Trigo, do Rio Grande do Sul, e a Agrícola Famosa, é a plantação do trigo no período de intervalo do melão.

A ideia é que o Ceará se torne o maior produtor de trigo do País, por meio do investimento em tecnologia de irrigação. A experiência, realizada desde 2019, nas regiões da Ibiapaba e do baixo Jaguaribe, na Chapada do Apodi, mostrou bons resultados, conforme Silvio Carlos, secretário executivo do Agronegócio da Sedet.

Ele explica que houve uma produtividade média em um ciclo curto de cultivo no primeiro ano de estudo. "Enquanto geralmente no Sul e Sudeste são de 120 dias até 180 dias. Aqui a gente teve um resultado em 75 dias a 80 dias e já estávamos colhendo, porque tem um período de iluminação maior e o trigo cresce mais rápido. Assim posso plantar dois ciclos ao invés de um".

Já em 2020, houve ações apenas na Chapada do Apodi, não mais na Ibiapaba, pois lá os produtores de melão procuraram parceria. "Em período de inverno melão não se planta. O pessoal resolveu testar o trigo e deu bom resultado", detalha.

E a vantagem é que a plantação de trigo aproveita o sistema irrigado do melão para a produção, sem precisar implantar novas tecnologias somente para a gramínea. Outro ponto positivo, segundo Silvio, é a oportunidade que os produtores terão de vender o trigo diretamente para empresas que atuam no Ceará, como para os moinhos de grupos M. Dias Branco, Jereissati, J. Macêdo e Santa Lúcia.

"Tem mercado garantido, tem validação da produção dele, já é viável. Tem uma boa produtividade, é rentável, mas em alguns momentos vai competir com a soja, que ganha do trigo em rentabilidade. Ou seja, vai depender muito da demanda do mercado", detalha o secretário.

Para que o Ceará possa se tornar este polo do trigo, Silvio prevê que pelo menos nos próximos dois anos haja aumento significativo do cultivo para grandes áreas. "Agora a Sedet está iniciando esse projeto com Alexandre Sales e Embrapa em outras áreas do Cariri, sertão de Crateús, para ver a viabilidade, a aceitabilidade do produtor. E como fizemos com algodão, vamos fazer com trigo, a pitaya, mirtilo, o avocado. Queremos estimular culturas nobres quer para que dê mais retorno ao produtor, gere mais valor".

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