Paralisação de funcionários da Caixa Econômica não acontece em todas as agências da Capital
Mesmo com mobilização dos empregados aprovada em assembleia, nem todas as agências tiveram atividades paralisadas
Clientes da Caixa Econômica Federal que buscaram atendimento na manhã desta terça-feira, 27, na agência localizada na Av. Oliveira Paiva, no bairro Cidade dos Funcionários, encontraram o local com as portas fechadas. Um segurança da agência era responsável por informar que os serviços estavam paralisados durante todo o dia.
No dia 22 de abril, os funcionários do banco decidiram decretar greve e realizar uma paralisação geral nesta terça-feira. Segundo o Sindicato dos bancários, no Ceará, 90,43% dos empregados aprovaram o estado de greve, 6,38% foram contra e 3,19% se abstiveram.
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O comerciante Raimundo Freire, 53, não sabia da paralisação dos serviços do banco. Mesmo prejudicado, Raimundo entende a causa dos bancários. "Realmente, para conseguir alguma coisa tem que paralisar, tem que fazer uma reivindicação. Eu vim atrás do auxílio emergencial, e fui informado que estão em estado de greve. Amanhã provavelmente vai retornar. Pela manhã eu tinha ouvido um comentário de que iam parar hoje, mas não tinha certeza", relata.
Ainda na manhã desta terça-feira, o Sindicato dos Bancários do Ceará publicou um comunicado, informando que a direção da Caixa Econômica Federal, por meio do Tribunal Superior do Trabalho (TST), conseguiu uma decisão liminar determinando que sejam mantidos, em serviço, pelo menos 60% dos empregados bancários da Caixa e suas subsidiárias em atividade, seja de forma remota ou presencial.
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A agência localizada na Av. Treze de Maio, no bairro Benfica, apresentava um cenário diferente do que foi encontrado na Cidade dos Funcionários. Pouco antes das 10h da manhã, uma longa fila já estava formada dentro do prédio. Sem ventilação e com muitas pessoas em um pequeno espaço refrigerado, o distanciamento social não era respeitado no local.
O segurança da unidade informou que os atendimentos estavam acontecendo normalmente na agência, tendo início às 8h e sendo finalizado às 13h. Não houve reclamação dos clientes que aguardavam na fila.
No bairro Jacarecanga, a agência localizada na Av. Francisco Sá também registrou longas filas nesta terça-feira. Questionados pela reportagem do O POVO sobre a paralisação dos funcionários da Caixa Econômica Federal, os clientes informaram que não estavam encontrando problemas no atendimento.
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A cuidadora Cristiane Nunes, 45, era uma das pessoas que aguardavam atendimento na agência do bairro Jacarecanga. Ela conta que não teve problemas ao chegar no local, mas que ouviu reclamações.
"Uma senhora disse que estava aqui desde às 4h da manhã e conseguiu entrar, mas só resolveu porque fez uma briguinha lá dentro. O meu caso é um cartão que está vencido, e já fui informada que isso também pode ser resolvido aqui. Acho que os caixas não estão funcionando", relata.
Segundo o segurança da agência, que estava responsável por aferir a temperatura dos clientes e liberar a entrada de pessoas no local, apenas aqueles que buscavam serviços na "boca do caixa" estavam sendo aconselhados a voltar para casa.
O Sindicato informou que a paralisação das atividades "foi motivada por uma série de ataques, tanto contra a instituição financeira, como aos direitos históricos: a abertura de capital de uma das operações mais rentáveis da Caixa, a Caixa Seguridade; a pressão do governo para a devolução, pela Caixa, dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs); o pagamento, a menor, da PLR Social aos empregados; melhores condições de trabalho e de atendimento à população, por meio de mais contratações".
A categoria também reivindica por maior proteção sanitária contra a Covid-19, além da vacinação prioritária para os bancários. Segundo o levantamento do Sindicato, em 2020, mais de 120 milhões de brasileiros foram atendidos. As atividades nas agências da Caixa devem estar 100% restabelecidas nesta quarta-feira, 28. O POVO contatou a Caixa Econômica Federal, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
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