Fortalezense chega ao pior nível de intenção de compra desde a retomada econômica de 2020, aponta pesquisa

Grande maioria dos fortalezenses entende que esse não é o melhor momento para ir às compras. Levantamento do IPDC, da Fecomércio, destaca que somente 12% consideram realizar compra no próximo mês. Apenas 0,9% dizem estar em condição financeira "ótima"

A taxa percentual da intenção de compra mensal dos consumidores fortalezenses apresentou queda neste bimestre, com 24,5% afirmando que têm pretensão de consumir. Este é o menor percentual dos últimos 14 meses - desde a retomada de 2020, o que revela a cautela com que os consumidores estão tratando o momento de pandemia de Covid-19.

No bimestre anterior, esse número foi de 45,8%, o maior nível nos últimos 14 meses no cenário de pandemia. Portanto, houve uma reversão na tendência de gradual recuperação e ganho de maior tração para o consumo.

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Já a confiança dos consumidores de Fortaleza despencou 10,6 pontos no bimestre (-5% no período) entre março e abril na comparação com janeiro e fevereiro. Os dados são da pesquisa Índice Confiança do Consumidor (ICC), levantados pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), da Fecomércio-CE.

De acordo com o ICC, a queda se deve a um conjunto de fatores combinados, como o período de maior aperto financeiro neste início de ano, incerteza quanto às perspectivas de empregabilidade, inflação elevada no Ceará e economia sem tração. Com o recuo neste bimestre, o indicador de confiança regrediu próximo do patamar registrado no bimestre entre maio e junho de 2020, período em que houve o fim do primeiro lockdown na Capital.

A grande maioria dos fortalezenses entende que esse não é o melhor momento para ir às compras. Somente 12% dos entrevistados consideram realizar compras no próximo mês. Apenas 0,9% dizem estar em condição financeira "ótima".

O levantamento destaca que fatores como a "espera para a retomada do auxílio emergencial, ampliando o contingente da população vulnerável, pressão sobre os preços e maior taxa de desemprego, bem como um novo lockdown, determinam a perda de renda, sem perspectivas imediatas de melhora."

Luís José Souza, economista e diretor institucional do Fecomércio, explica que o período do levantamento foi durante o lockdown no Ceará. 

Confiança e perfis

O perfil mais confiante nas respostas à pesquisa diz respeito a pessoas do sexo masculino, com 103,6 pontos; com idade entre 18 e 24 anos, marcando 111,5 pontos; faixa de escolaridade Superior, com 107,5 pontos; e renda familiar na faixa acima de 10 salários mínimos, 111,1 pontos, portanto, confortável financeiramente.

No geral, a situação financeira das famílias é bem complicada. Total de 52,7% afirma que a situação está ruim e para outros 9% está péssima. No caminho contrário, 37,4% avaliaram sua situação financeira como boa e 0,9% como ótima.

Sobre a intenção e perspectiva de comprar bens duráveis, de maior valor, a disposição de 50,6% é pequena, avaliando o momento como ruim, enquanto 36,8% consideram o momento péssimo para grandes compras. Somente 12% estudam comprar bens duráveis até o próximo mês e 0,6% diz ser ótima essa possibilidade.

 

Os produtos mais procurados são vestuário (30,3%), celular/smartphones (26,8%), calçados (16,5%) e televisão (13,3%). As mulheres são o gênero com maior propensão a comprar (25,6%); enquanto pessoas com idade de 25 a 34 anos, portanto, em uma faixa etária mais produtiva, aparecem também entre os que se mostram maior ênfase para consumir, com 32,3%.

Por escolaridade, o grupo com nível superior figura com 28,9% das intenções e, por faixa de renda se mostram com maior disposição de comprar (30,5%), aqueles que percebem entre cinco e 10 salários mínimos mensais, destaca o IPDC.

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