Acordo de férias coletivas para trabalhadores da indústria de confecção deve ser confirmado

Com queda de demanda do comércio por conta do lockdown, indústria produziu muito no mês passado, está com estoques cheios e pouca demanda. Sindconfecções espera que formalização de férias coletivas aconteça em breve. Acordos em indústrias calçadista são aprovados

Um acordo para férias coletivas está praticamente acertado entre o sindicato dos industriais do setor de confecções e o sindicato laboral. A queda da demanda do comércio por produtos e a influência da pandemia nas contas são os principais motivos. O momento de comércios fechados durante todo o último mês prejudicou não só os comércios que permaneceram fechados, mas também a indústria, destaca o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção do Ceará (Sindconfecções-CE), Elano Martins. Ele acrescenta que atualmente os estoques estão lotados, pois, enquanto o varejo esteve fechado, a indústria continuou produzindo mas não teve vazão.

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Elano destaca que os sindicatos laborais já aceitaram a proposta do sindicato e o acordo deve ser avalizado em breve. O objetivo com a ação, segundo ele, é evitar demissões. Os empresários do setor estão com as contas pressionadas, pois, diferente do período do primeiro lockdown e retomada das atividades em 2020, neste ano não temos em vigor o Programa Emergencial para Manutenção de Empregos e da Renda, o programa BEm, do Governo Federal.

"Nós estamos neste momento assinando acordo com sindicato laboral para Fortaleza e cidades do Interior, pedindo o adiantamento de férias para evitar demissões. O mercado está muito ansioso para que o Governo Federal chegue com alguma medida de apoio que esperamos", afirma.

Elano explica que as indústrias do Ceará atendem não só ao Estado mas também têm negócios em todo Nordeste e no Norte. No entanto, o agravamento da pandemia também piorou a situação em outros estados. As vendas online, única saída para continuar em atividade na pandemia, não são suficientes para restabelecer o patamar de demanda, destaca.

"Nós não tínhamos o que fazer, vender para quem? Tem muito estoque e a venda online não representa muito do faturamento da maioria das empresas", complementa.

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Setor calçadista

A fábrica da Vulcabras/Azaleia no Ceará e na Bahia adiantaram as férias dos funcionários por um período de 14 dias a partir da segunda-feira, 19. O POVO apurou que a dona de marcas como Olympikus e Mizuno estava com a ação planejada apenas para o segundo semestre de 2021, mas resolveu adiantar a medida devido aos impactos do novo coronavírus nos negócios da empresa, conforme informou na última sexta-feira, 16.

Ao portal Uol, as fábricas cearenses da Grendene tiveram acordo feito com o Sindicato dos Sapateiros que permitiu a suspensão de 478 contratos de trabalho de funcionários do grupo de risco. A empresa dona das marcas Melissa e Rider destacou que pode incluir mais empregados na ação neste mês e complementar o valor da bolsa de qualificação para equiparar o benefício ao salário líquido dos funcionários.

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Situação nacional

De acordo com os dados do Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em março foram firmados 147 acordos com redução de jornada ou a suspensão de contratos na plataforma do Ministério da Economia.

No último dia 13, o ministro Paulo Guedes reafirmou que o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda deve ser retomado após a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 pelo Congresso, fato que aconteceu na segunda, 19. Esse programa deve receber aproximadamente R$ 10 bilhões para os benefícios.

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