Mauro Filho enxerga necessidade de concurso público para o Ipece

O último certame do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará foi realizado em 2006

Durante live em comemoração aos 18 anos de fundação do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), o titular da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag), Mauro Benevides Filho, afirmou que o Governo do Ceará está atento às necessidades do Instituto e ele enxerga a necessidade de realização de concurso público para o fortalecimento dos quadros técnicos.

O secretário destacou que a ideia é que o Instituto tenha seus quadros fortalecidos para ampliação dos trabalhos. Mauro não deu maiores detalhes sobre quando um concurso público seria anunciado, mas disse que "isso já está no gatilho". O último certame foi realizado em 2006 e, segundo o presidente do Ipece, João Mário Santos de França, dos 18 técnicos contratados na oportunidade, apenas nove permanecem exercendo a função.

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"Faz muito tempo desde o último concurso. Nós agora temos de fortalecer uma nova estrutura de absorção de novos técnicos dentro do Instituto. Já estou pensando isso para a Seplag, para o Ipece, para o sistema de planejamento do Estado", destaca Mauro.

Apresentação de novo estudo

A oportunidade foi também para a apresentação do estudo de cenário econômico "A economia do Ceará em 2020 e perspectivas para 2021". O estudo é assinado pelo titular da Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Ipece, Adriano Sarquis; e pelos analistas de Políticas Públicas do Ipece, Nicolino Trompieri Neto e Alexsandre Lira.

Adriano destaca que a pandemia gerou diversos efeitos nocivos para a economia e os países que não conseguiram contê-la sofreram mais com o resultado negativo do PIB em 2020. Ele destaca ainda que a China, único a apresentar crescimento na produção de riquezas em 2020, e os Estados Unidos, com previsão de recuperação positiva do PIB em 2021 por conta do avanço da vacinação, oferecem indícios positivos para o Ceará por serem nossos principais parceiros comerciais.

O titular da Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) destaca, porém, que existe muito trabalho a ser feito no Brasil, que agora se vê numa segunda onda da pandemia. "É preciso que o Estado assuma maior papel, desde aumentar o investimento público em obras que gerem muitos empregos até criar tributo emergencial, como uma taxa para movimentações bancárias, e vender reservas em dólar neste momento em que o real está muito desvalorizado."

Ainda destaca o potencial positivo do Ceará com o Porto do Pecém. "O Ceará tem uma fronteira internacional muito grande a ser explorada pela localização estratégica do Porto do Pecém". O estudo ainda aborda questões como a produção agropecuária e a necessidade de uma visão de evolução para aumentar o valor agregado das culturas, uso eficiente da água e a necessidade de políticas diferenciadas para recuperação dos setores ao fim da pandemia.

Alexsandre Lira detalhou os dados sobre mercado de trabalho e destaca que a taxa de desemprego recorde foi marcada, em 2020, com o Ceará chegando ao patamar de 14,4%. Outro fato relevante do ano passado foi o aumento da formalização dos negócios, em especial os microempreendedores individuais. "Os autônomos buscaram a formalização para serem enxergados pelas políticas públicas."

Sobre as expectativas para os indicadores econômicos de 2021, Nicolino Trompieri lembra que o Ipece acompanha trimestre a trimestre os dados do PIB. De acordo com o Ipece, a previsão para 2021 era, em dezembro, de crescimento de 3,7% para o Ceará e de 3,50% para o Brasil. Em março, estes números foram revisados, e agora apontam 3,55% de alta para o Estado e de 3,23% para o País.

"Vai ser um ano de recuperação econômica após um baque muito grande para o Brasil quanto para o Ceará. A previsão reduziu um pouco em relação com a primeira previsão divulgada pelos efeitos da segunda onda que iniciou em todo Brasil e está afetando o Ceará neste momento", avalia.

Solenidade de 18 anos

João Mário de França destacou a competência técnica do Ipece nesta trajetória de trabalho. "É uma satisfação muito grande estar presidindo um órgão exatamente quando completa esses 18 anos de trabalho". Antecessor do atual presidente no Ipece, Flávio Ataliba, atual secretário executivo do Planejamento e Orçamento da Seplag, lembrou que passou oito anos no comando do Instituto.

Ataliba destaca que, antes de trabalhar no Ipece, tinha sua experiência na academia. Para ele, a atuação do Estado na economia vai além do conceito de ter um Estado inchado ou mínimo, mas é importante ter eficiência. "A minha experiência no Ipece me fez pensar um pouco diferente. Não é questão de termos um estado muito grande ou pequeno, mas de entregar resultados, de ajudar a desenhar políticas e entregar produtos para a sociedade de forma correta."

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