Cresce rendimento médio da população no Ceará
Estudo do Ipea mostrou que, em novembro, a renda efetivamente recebida chegou a R$ 1.580,44, o equivalente a 94,5% da renda média habitual. Porém, 8,7% dos domicílios sobreviveram apenas com a renda do auxílio emergencial
O rendimento médio efetivamente recebido pela população voltou a crescer no Ceará e fechou o mês de novembro em R$ 1.580,44. O montante equivale a 94,5% da renda que era habitualmente recebida antes da pandemia. Em outubro, a razão era de 94,1%. É o que aponta estudo divulgado nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os dados mostram ainda que naquele mês 8,71% dos domicílios cearenses sobreviveram apenas com a renda do auxílio emergencial.
Em outubro, este percentual era de 9,51%. Mas foi no mês de setembro que a população cearense se tornou mais dependente do benefício do Governo (11,33%), quando houve aumento de 0,43 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
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No Brasil, cerca de 2,95 milhões de pessoas sobreviveram apenas com os rendimentos recebidos do auxílio emergencial. Aproximadamente 0,44 p.p menor que em outubro. A proporção de domicílios exclusivamente dependentes do benefício foi muito maior no Nordeste, ultrapassando os 10% no Piauí.
A análise do Ipea é feita a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19 de novembro.
Em média, após considerar o auxílio emergencial, a renda domiciliar ultrapassou em 1% a que seria caso houvesse recebido rendimentos do trabalho habituais. Este impacto foi maior entre os domicílios de renda baixa, em que, após o auxílio emergencial, os rendimentos foram 19% maiores do que seriam com as rendas habituais.
O estudo ressalta, porém, que o aumento causado na renda domiciliar média pelo auxílio emergencial foi R$ 64 menor em novembro do que em outubro (R$ 229,77 contra R$ 294). Com isso, mesmo com o aumento da renda domiciliar do trabalho efetiva, a renda média total domiciliar caiu de R$ 3.851 em outubro para R$ 3.783 em novembro, uma queda de 1,76%.
“Os dados da Pnad Covid-19 de novembro são claros em mostrar, seja analisando por faixa de renda ou por região, que, apesar de a queda do auxílio emergencial ter diminuído a renda média dos domicílios e a massa efetiva total, o papel do benefício na compensação da renda perdida em virtude da pandemia foi ainda importante”, afirma o responsável pelo estudo, Sandro Sacchet, técnico de Pesquisa e Planejamento da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea.