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Famílias nordestinas possuem renda média de R$ 1.077,85; segundo menor valor do Brasil

Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, renda disponível da região corresponde a apenas 65,3% da média nacional. Norte tem os piores índices
14:12 | Nov. 25, 2020
Autor Davi César
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Tipo Notícia

Com o objetivo de avaliar a condição de vida das famílias brasileiras, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 25, os resultados de nova etapa da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada entre 2017 e 2018. A renda das famílias brasileiras foi um dentre cinco eixos abordados. O estudo definiu o Nordeste como a região com a segunda pior renda familiar média do País.

Para a região nordestina, o valor médio da Renda Disponível Familiar Per Capita (RDFPC) é de R$ 1.077,85. O índice só supera a região Norte, avaliada em R$ 938,06. O Sudeste apresenta o melhor índice do País, mais do que o dobro do Norte, com renda média familiar de R$ 2.003,22. O Centro-Oeste desponta em segundo lugar (R$ 1.975,74), seguido de perto pela região Sul (R$ 1.957,12). Conforme o estudo, a média nacional da RDFPC é R$ 1.650,78. Dessa forma comparando com a do Nordeste, a renda disponível da região corresponde a somente 65,3% da média do Brasil.

A pesquisa ainda aponta a origem das receitas e das despesas, além da participação de transferências e benefícios no orçamento familiar médio dos brasileiros. No Nordeste, a maior faixa de renda é oriunda de componentes monetários, com R$ 893,35 (82,9%). O componente não monetário tem a segunda maior contribuição para a média, com R$ 269,47 (25%). Já os impostos diretos, contribuições e outras deduções reduzem a média em R$ 84,97 (7,9%).

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A renda monetária corresponde a itens sujeitos a alteração de valor, a depender da inflação, como o dinheiro. Já os itens não monetários são aqueles que mantêm o mesmo valor simbólico, apesar da alteração inflacionária. São ativos e passivos que não serão recebidos ou liquidados em dinheiro, por exemplo, estoques de produtos, imóveis, entre outros. Ao todo, 25% da renda familiar disponível são compostos por renda não monetária.

Recortes sociodemográficos

 

A pesquisa também levou em consideração abordagens para além da geografia, como idade, cor ou raça, sexo e nível de instrução. A faixa etária com maior concentração de renda familiar é aquela com pessoas de 65 anos ou mais (R$ 2.085, 01). Pretos e pardos (R$ 1.206,76) possuem somente 53,82% da renda familiar média de pessoas brancas (R$ 2.241,80). Famílias que possuem homens como pessoa de referência tem renda média de R$ 1.739,30; enquanto mulheres somam R$ 1.519,38. Indivíduos com ensino superior completo tem renda familiar média de R$ 4.004, 77, maior índice entre graus de escolaridade. O menor fica por conta de pessoas sem instrução (R$ 883,60). Residentes de áreas urbanas (R$ 1.777,26) possuem quase o dobro da renda média de pessoas em zonas rurais (R$ 919,42).

Renda familiar mínima

 

O valor médio da renda mínima familiar do nordestino, corresponde a R$ 918,02. A média nacional é estimada em R$ 1.331,57. Ou seja, para a renda mínima familiar per capita, a média do nordestino é apenas 68,9% da média Brasil. Assim, a diferença relativa na média da renda mínima (68,9%) parece replicar, em alguma medida, a diferença relativa da média na renda disponível (65,3%), demonstrada no índice renda familiar média.

Sobre o estudo

 

Desta vez, o foco da POF foi o perfil das despesas no Brasil. O estudo avaliou cinco dimensões renda, moradia, acesso a serviços de utilidade pública, saúde e educação. A partir da coleta de informações, realizada em cerca de 24 meses, entre 2017 e 2018, a pesquisa analisou estruturas de consumo, de gastos, de rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias. O objetivo é traçar um perfil das condições de vida da população brasileira a partir da análise de seus orçamentos domésticos.


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