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Fortaleza tem a maior prévia da inflação acumulada em 2019 entre capitais

Segundo economista, desde o mês de março a economia está em processo de aceleração inflacionária
18:22 | Abr. 25, 2019
Autor Izadora Paula
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Izadora Paula Estagiária do portal O POVO Online
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Tipo Notícia

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,99% em Fortaleza no mês de abril. Com isso, a variação acumulada desde janeiro de 2019 em Fortaleza supera as demais capitais analisadas. É também a maior oscilação na Capital este ano e a terceira maior entre as regiões neste mês. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA-15 mede a prévia da inflação oficial, oferecendo a variação dos preços no mercado varejista. Para o cálculo de abril, os preços foram coletados no período de 16 de março a 12 de abril de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de fevereiro a 15 de março de 2019 (base).

Em janeiro, a oscilação de Fortaleza foi a menor: 0,04%. A partir do mês de fevereiro, a variação positiva continua prosseguindo: 0,55%; 0,92% em março; e, por fim, 0,99% em abril. O acumulado do ano na Capital cearense alcançou 2,52%. Em relação aos últimos 12 meses, o aumento é de 4,67%.

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Embora os índices de Fortaleza estejam entre os três maiores do mês de abril nas regiões consultadas, quando os números são considerados nos últimos 12 meses, a Capital cearense desce para a sexta posição, atrás de Porto Alegre, com 5,84 % no ano; Salvador, 4,99%; Rio de Janeiro, com 4,82%; Recife, com 4,76% no ano e São Paulo, que acumulou 4,75%. Fortaleza aparece com 4,67%, ainda à frente de cidades como Belo Horizonte, Belém, Brasília, Curitiba e Goiânia.

No mês de abril, a menor variação é de Goiânia, que registrou um número negativo -0,01%. A cidade que lidera a lista é Porto Alegre, que tem 1,27%. Fortaleza carrega aumento de 0,99%.

Segundo Ricardo Eleutério, economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), desde o mês de março a economia está em processo de aceleração inflacionária. "O índice desse mês revelou uma inflação de quase o dobro de fevereiro. De fevereiro para março houve uma aceleração do processo inflacionário. Em abril nós devemos ter uma maior pressão inflacionária, já antecipada pelo IPCA-15", aponta.

Nesse momento, de acordo com a avaliação de Ricardo, existe a pressão dos chamados "preços administrados", que incluem tarifas de energia e água, transporte público, combustível, etc. Estes preços são menos sensíveis às condições de oferta e demanda por serem estabelecidos por contrato ou por órgão público. Em contrapartida, os "preços livres" sofrem influência direta no preço por conta do aumento da procura ou por problemas climáticos, como é o caso de arroz, milho, soja, entre outros.

Com o aumento da inflação, Ricardo avalia que grande parte do povo brasileiro será afetado. "A inflação tira o poder de compra da maior parte da população, que é assalariada. O trabalhador acaba sendo o mais penalizado", considera o economista.

Brasil tem variação de 0,72% em abril

A variação mensal de Fortaleza vem progredindo desde o início do ano, acompanhando o cenário nacional. No início do ano, o País registrou aumento de 0,3% em janeiro, 0,34% em fevereiro e 0,54% em março. No mês de abril, a variação foi de 0,72%. O acumulado do ano chegou a 1,91%, abaixo da variação de Fortaleza desde o início do ano (2,52%), mas à frente da variação acumulada dos últimos 12 meses - 4,71% no Brasil e 4,67% em Fortaleza

Segundo Ricardo, os dois índices caminham próximos. A variação acontece nos pontos observados. Por exemplos: a maior variação do Brasil neste mês foi no setor de Transportes, que atingiu variação de 1,31%. No caso de Fortaleza, a maior variação foi de 2%, mas no setor de Habitação.

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica

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