Presidentes de estatais debatem privatizações em seminário no Rio
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu hoje (15), no seminário A nova economia liberal, organizado pela Fundação Getulio Vargas, a privatização da instituição. Segundo Novaes, mesmo privatizado, o banco poderá cumprindo os objetivos do governo.
No mesmo evento, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que a estatal deveria ser privatizada, assim como os bancos públicos. Castello Branco defendeu a extinção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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Para Novaes, se o Banco do Brasil fosse privado, seria muito mais eficiente, teria mais retorno e poderia alcançar melhor os objetivos do governo, como o crédito agrícola.
"Ao longo da história, o governo mais atrapalhou do que ajudou o Banco do Brasil”, afirmou. “Não vejo nada que não pudesse ser alcançado como prioridade do governo por todo o sistema bancário. Eu defendo a privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica", completou.
PetrobrasCastello Branco disse que, como liberal, é contrário à existência de “99,9% das empresas estatais”, com exceção do Banco Central. “Bancos públicos deveriam ser privatizados, o BNDES deveria ser extinto, e a Petrobras também privatizada", afirmou.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, participa de seminário A Nova Economia Liberal, por Tânia Rêgo/Agência BrasilO presidente da Petrobras deu um exemplo de estatal que considera um caso bem-sucedido: a Codelco (Corporação Nacional de Cobre do Chile), a maior produtora de cobre do mundo. Segundo Castello Branco, ela é dirigida como uma empresa privada e tem sido a principal fonte de recursos para o fundo soberano do Chile.
“Em 2010, quando aconteceu um terrível terremoto seguido de tsunami no Chile, houve oferta de ajuda internacional, e o governo chileno recusou e disse: muito obrigado. Havia os recursos do fundo soberano gerados a partir da Codelco. É uma empresa lucrativa, nunca esteve envolvida em escândalos", argumentou.
Castello Branco disse que o desafio da direção é fazer a estatal funcionar como uma empresa privada. "Já que não podemos privatizar a Petrobras e não temos mandato para isso, nosso desafio é transformá-la no mais próximo possível de uma empresa privada e gerar riqueza para seus acionistas. E o principal acionista da Petrobras é a sociedade brasileira", acrescentou.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, destacou o papel social do banco público, mas afirmou que a instituição opera áreas e tem ativos que não deveriam fazer parte da carteira de um banco, como ações da Petrobras. Segundo Guimarães, ainda este ano serão feitas quatro operações no mercado de capitais."Vai ter a saída da Caixa de todos os seguimentos que não são estratégicos. As aberturas de capital serão históricas. Tive 70 reuniões nos Estados Unidos durante o carnaval, nunca vi nada parecido, eles falaram que acreditam na estrutura e querem participar”, afirmou o presidente, acrescentando que o processo vai começar com a Caixa Seguridade, em setembro.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, participa do seminário A Nova Economia Liberal, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. - Tânia Rêgo/Agência BrasilO presidente do BNDES, Joaquim Levy, disse que está empreendendo uma série de mudanças no banco para contribuir com as privatizações no país. Segundo Levy, o governo tem condições de estruturar rapidamente o processo de privatização."Usando os controles certos, tomando os riscos certos, para poder responder os desafios da infraestrutura. Estamos trabalhando com vários estados nesse sentido, empresas de gás, de energia. É para isso que o BNDES existe”, argumentou.
O presidente do BNDES, Joaquim Levy, discursa no seminário "A Nova Economia Liberal", na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. - Tânia Rêgo/Agência BrasilLevy disse estar se reunindo com investidores nacionais e estrangeiros com interesse no Brasil. “A gente tem que mobilizar esses recursos. Com esse choque liberal a gente dá oportunidades, opções para as pessoas colocarem os seus recursos em coisas que vão fazer o Brasil crescer", afirmou.