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Pessoas de esquerda têm ‘miolo mole’ e bom coração, diz Guedes

20:37 | Fev. 11, 2019
Autor Agência Estado
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Tipo Notícia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista ao Financial Times (FT) que "as pessoas da esquerda têm ‘miolo mole’ e bom coração, e que as pessoas da direita têm cabeça forte e...", ele procura a frase correta: "coração não tão bom".
Guedes, diz o jornal, afirma que Bolsonaro não é o bicho-papão extremista como frequentemente é visto no exterior. "Estamos criando uma sociedade popperiana aberta", diz, citando uma das várias vezes em que se lembra do filósofo austríaco Karl Popper - que defendeu a democracia liberal dinâmica.
"Se Bolsonaro é duro em suas maneiras, é apenas uma aparência. Ele será duro com os bandidos", acrescentou. Popper também é um herói de George Soros, o filantropo liberal odiado por alguns dos etno-nacionalistas no séquito de Bolsonaro. "A ideologia é o verdadeiro inimigo", diz ele. "Eu sou apenas um cientista fazendo o meu trabalho." Guedes foi descrito pelo veículo britânico em sua versão online como, sem dúvida, o segundo homem mais poderoso do governo brasileiro, ao reunir cinco ministérios - Fazenda, Comércio, Trabalho, Indústria e Desenvolvimento - em seu portfólio. Ele é certamente o mais ativo.
A equipe de economia de Guedes, afirma o jornal, acertou com propostas de reformas ambiciosas. "O Brasil é a oitava economia do mundo, mas o 130.º em grau de abertura, perto do Sudão. Ele também está classificado em 128.º em termos de facilidade de fazer negócios. Quero dizer...Jesus Cristo!", diz, saltando de sua cadeira, relata o FT.
Perestroika
"Certamente, Rússia e Brasil tiveram glasnost antes da perestroika", diz o ministro, referindo-se às políticas de abertura e liberalização política e econômica introduzidas na União ds Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) por Mikhail Gorbachev, em 1986. "Você precisa ter os dois. Então você tem crescimento e uma classe média que traz estabilidade". O caminho alternativo adotado pelo Brasil leva a um Estado rentista caracterizado pela corrupção. "Nós éramos uma democracia de uma só perna", afirma.
Para o FT, sua visão econômica é mais Ronald Reagan do que Donald Trump, e ele parece realista sobre suas restrições políticas, diz o jornal. "O presidente (sempre pode dizer) não, eu tenho os votos." Como um economista teórico que aponta para as estrelas, ele parece contente em alcançar a lua e admite que será uma viagem turbulenta, diz o FT. "Sim, a economia vai crescer mais rápido. Mas não podemos ser ingênuos. Há muito dano para consertar."

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