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Banco do Brasil e Bradesco são principais alvos de quadrilhas de assalto a bancos no Ceará

As duas instituições foram atacadas 528 vezes nos últimos oito anos no Ceará. Ao todo, foram 687 ações a bancos e carros-fortes no Estado nesta década
17:26 | Dez. 13, 2018
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Tipo Notícia
Quase metade dos ataques a instituições financeiras nos últimos oito anos no Ceará tiveram como alvo agências do Banco do Brasil. Se somados às ações também contra o Bradesco, foram 76,8% dos casos concentrados contra as duas instituições. O padrão se repete durante toda esta década, período com dados disponíveis pelo Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE). 

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Ao todo, desde 2010, foram 687 atentados contra agências bancárias e transportadoras de valores, sendo que 528 tiveram como alvo algum dos dois bancos. “No Interior, as agências do Banco do Brasil e do Bradesco são mais comuns, por isso são mais alvos. No caso da Caixa, a Polícia Federal cai em cima, então os bandidos evitam. Já o Banco no Nordeste tem pouco dinheiro e poucas agências”, justificou Bosco Mota, diretor do Seeb-CE.

Em nota, a entidade acrescentou que já fez vários encaminhamentos para reforçar a segurança bancária, como audiência com a direção do Banco do Brasil e com o governador Camilo Santana (PT) cobrando medidas para proteger bancários e população.

Conforme O POVO Online mostrou na última sexta-feira, 7, há uma tendência de redução do número de ações contra as instituições. O presidente do Seeb-CE ponderou que a queda no número de ataques ocorre menos por ação das forças da Segurança Pública (SSPDS) do Estado e mais pelas consequências naturais dos ataques, já que ao menos 45 agências estão com funcionamento alterado. Vinte delas trabalham sem a manipulação de cédulas.
 
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Na segunda-feira, 20, o governador sancionou lei obrigando bancos a manterem vigilantes 24 horas nas agências, inclusive em fins de semana e feriados. A decisão foi tomada três dias após tentativa de assalto deixar 14 mortos em Milagres.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criticou a decisão. Para a entidade, a permanência de vigilantes "potencializa riscos". "O vigilante passa a ser alvo fácil de assaltantes para roubar seu colete balístico e arma para a prática de outros crimes".
 
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Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Banco do Brasil emitiu nota afirmando que a instituição sempre age prontamente para recompor o funcionamento das agências atacadas. “A recomposição estrutural de agências  danificadas, com a segurança necessária ao seu funcionamento, é um  processo oneroso e sujeito à legislação específica voltada para empresas estatais”, destacou. 
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A nota ainda destaca alternativas aos clientes, como correspondentes, as lotéricas, os terminais do Banco24Horas e Banco Postal, além das soluções digitais de atendimento remoto, como o Aplicativo BB, o portal do Banco na internet e a Central de Atendimento.

A assessoria do Bradesco não respondeu ao O POVO Online.
 
Dados

Desde a última sexta-feira, 7, O POVO Online traz uma série de matérias sobre os ataques a bancos. Com dados colhidos pelo Seeb-CE, as reportagens apontam como os ataques se distribuem no território cearense, o modus operandi das quadrilhas, o número de casos ao longo da década, as instituições mais atingidas e as consequências dos ataques. Em 29/11 a reportagem também procurou a SSPDS em busca do número de ataques a bancos e com a intenção de ouvir porta-voz da pasta sobre os assuntos tratados nesta sequência de reportagens. Contudo, não houve resposta da Secretaria até a publicação desta matéria, que encerra a série.

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