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Restaurantes de Porto Alegre sugerem gorjeta maior que 10%

Em virtude do aumento na gorjeta, a contrapartida do cliente vai vir na exigência por um atendimento cada vez melhor. Para Carla, o consumidor pode ficar ainda mais exigente
19:24 | Nov. 28, 2017
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Os conhecidos 10% de taxa de serviço em restaurantes e bares podem ser aumentados. Uma mudança provocada pela Lei da Gorjeta está levando estabelecimentos do País a sugerir que o cliente pague 13% do que foi consumido. A informação é do site Gaúcha Zero Hora.

O aumento dos "10% do garçom" foi uma forma encontrada para garantir que estes funcionários, que muitas vezes elevavam suas finanças com as gorjetas, não sofram com a queda nos seus rendimentos. A CEO do Grupo Press, Carla Tellini, diz que esse foi um pedido da equipe. Os 13% serão cobrados nos estabelecimentos de Porto Alegre a partir de dezembro.

A Lei da Gorjeta, como é conhecida a lei de número 13.419, determina que a gorjeta, que segue sendo opcional, seja considerada parte do salário de garçons e outros trabalhadores. As empresas devem começar a anotá-la na Carteira de Trabalho e no contracheque de seus empregados. Por conta disso, a partir do que for acordado individual ou coletivamente, até 33% do que o cliente paga de serviço podem ser retidos pela empresa para custear encargos sociais, previdenciários ou trabalhistas - para os estabelecimentos que aderem o regime comum de tributação. Já nos estabelecimentos que seguem o Simples, a empresa pode ficar com até 20% do valor.

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A mudança, em termos práticos, diminui o valor que o funcionário recebe ao final do mês. Se antes o empregado ganhava R$ 100 de gorjeta, passará a embolsar R$ 80 no Simples e R$ 67 no regime comum de tributação. O vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares de Porto Alegre (Sechspa) diz que "isso vai originar um desconto, e por isso pode parecer ruim no momento". No futuro, defende, vai ser melhor para os empregados, pois vai refletir nas férias, no 13º e no FGTS.

Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), Maria Fernanda de Laquila Tartoni, as empresas ainda estão analisando as alternativas junto com os funcionários, considerando também o seu público. Ela diz que o público gaúcho é diferente do público do Rio de Janeiro e São Paulo. "Não vai ser assim tão fácil de incrementar", opina, ressaltando que o cliente tem a opção de não pagar o valor. Embora seja uma tendência, ela pensa que vai demorar para pegar em Porto Alegre.

Uma tática que deverá ser usada pelo Grupo Press, que reúne Bah, Press Café e Ô Xiss e outros, é explicar o motivo da mudança em um bilhete anexo à conta do cliente. Carla acredita que mais empresas adotarão o aumento de alguns pontos percentuais na conta. "A tendência é que os 13%, em seguida, se consolidem", avalia.

Em virtude do aumento na gorjeta, a contrapartida do cliente vai vir na exigência por um atendimento cada vez melhor. Para Carla, o consumidor, que já é exigente, pode ficar ainda mais. "Requer investimento de todos os lados".

 

Redação O POVO Online

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