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Sinais de volta do otimismo na construção

01:30 | Jul. 02, 2016
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Tipo Notícia
A confiança dos empresários no setor de construção civil deu sinais de melhora. Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador que mede essa confiança aumentou de 40,6 para 44,6, após ter registrado queda continuamente desde fevereiro. Os dados foram apurados através da pesquisa Sondagem Indústria da Construção referente ao mês de junho.

 

Os números representam um espectro que vai de zero a 100, em que o primeiro significa pessimismo total e o último indica o otimismo máximo. Portanto, apesar do movimento de melhora, o índice ainda aponta um resultado abaixo da metade da pontuação máxima.


O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, diz que a esperança de melhoria existe mas “ainda não viu a luz no fim do túnel. Ele avalia que, por enquanto, existe apenas a expectativa de que a economia vai melhorar. “Mas ainda não tem nenhuma melhora efetiva”, comenta.

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Para o presidente da Cooperativa da Construção Civil do Estado do Ceará (Coopercon-CE), João Carlos Lima, o cenário “deixou de piorar. Vinha numa escalada de descida e, agora, a gente está notando que houve uma estabilização”, diz, ressaltando que as empresas ainda estão em compasso de espera. Destaca que todo mundo está esperando que as mudanças tragam de volta o equilíbrio econômico.


João Carlos considera que ainda não existe sinal claro de que a mudança chegou. Ressalta também que a taxa de juros precisa cair. “Imóvel é um produto de longo prazo que precisa de uma taxa de juros de um dígito”, afirma.


Os números referentes à confiança dos empregados, por sua vez, também apresentou melhora, ainda que um pouco abaixo à dos empresários: aumentou de 38,4, em maio, para 42,3 este mês. Os números referentes à evolução do nível de atividade, por sua vez, acumulam alta de 6,8 pontos no acumulado de 2016 até agora.


Segundo Almir Bittencourt, do Departamento de Economia Aplicada do curso de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), o aumento no desempenho desse indicador, em paralelo a vários outros índices apurados recentemente, tem relação com a troca no Governo no âmbito federal e as novas medidas econômicas apresentadas nas últimas semanas.


Ele acredita que a tendência é de que o clima de otimismo se mantenha ao longo de 2016, quando novas pesquisas deverão apontar mais para direções positivas no cenário econômico do que acontecia nos meses que se antecederam.


PROJETOS


Consumidores mais dispostos


Eugênio Montenegro, presidente da Fibra Engenharia e vice-presidente de tecnologia e qualidade do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), conta que essa mudança de perspectiva pode ser percebida não só entre os empresários, mas também entre os consumidores, que estão mais dispostos a comprar hoje em dia do que no início de 2016.


Eugênio conta que também percebe os empresários recomeçando a investir, o que sinaliza para uma retomada da construção de novos empreendimentos em 2017 – considerando que o processo desde o início da formulação do projeto até a construção propriamente dita leva algum tempo. Segundo ele, há no mercado local pelo menos oito construtoras com alvará na mão para começar a construir, então é possível que isso aconteça ainda este ano.


Almir Bittencourt pondera, no entanto, que o setor da construção civil em específico sofre de modo particular com as dificuldades da economia do País. “É um setor que depende muito de crédito e também da renda dos consumidores para a expansão da atividade”, explica. Isso acaba fazendo com que essa área seja mais atingida pela inflação alta e o desemprego do que grande parte das restantes. Desse modo, segundo ele, é possível que o setor da construção demore mais para se recuperar.

 

"Imóvel é um produto de longo prazo que precisa de uma taxa de juros de um dígito"

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