Anfavea diz que PPE precisa de flexibilidade e que trabalha com governo para isso
"O PPE precisa de mais flexibilidade, porque, em alguns momentos, como o de falta de peças, ele engessa um pouco, então estamos trabalhando junto ao governo para dar mais flexibilidade a esse instrumento e fazer frente aos momentos difíceis", disse Megale, que participou na manhã desta segunda-feira um evento do setor, em São Paulo.
O presidente da Anfavea não deu detalhes de quais sugestões a entidade pretende dar ao governo. Ele reiterou, porém, que considera o PPE uma iniciativa importante e que deveria estar sempre disponível para as empresas. O programa foi aprovado pelo Congresso de forma provisória e, quem tiver interesse em aderir, só poderá fazê-lo até o fim deste ano. Algumas das empresas do setor, no entanto, já cogitam não utilizá-lo mais, como é o caso da Mercedes-Benz, cuja adesão terminou em maio e a renovação parece difícil de ser assinada.
Megale disse ainda que começou há duas semanas a participar de conversas com o governo para a elaboração de uma nova política industrial. Embora também não tenha dado detalhes quanto a isso, ele reforçou que sua principal reivindicação é o aumento da previsibilidade dos negócios. Ele também elogiou o esforço do governo em adotar medidas fiscais, mas disse que, antes de tudo, é preciso haver uma estabilização do ambiente político, para que as medidas econômicas sejam ampliadas.
Vendas
Diante da queda nos indicadores de produção e venda, a indústria automotiva, que têm capacidade de produzir 5 milhões de veículos por ano, opera com ociosidade de 52%, disse Megale. Ele destacou que as fábricas de caminhões enfrentam situação pior, com 75% de capacidade ociosa. Em função deste cenário, a Anfavea revisou recentemente a sua projeção para a produção em 2016 e agora prevê que o volume produzido caia 5,5% este ano. A previsão anterior era de crescimento de 0,5%.
Por outro lado, a entidade melhorou a previsão para as exportações, de alta de 8% para expansão de 21,5%. "A exportação é a alternativa que nos cabe no curto prazo e nos parece que há a mesma sensibilidade por parte do governo, com esforço em fazer novos acordos e melhorar os acordos existentes", afirmou Megale.
Para ele, o momento deve ser aproveitado para criar uma visão estratégica e não limitar as vendas externas à América do Sul. "Temos de atacar mercados de outros continentes, como a África e países do Oriente Médio", disse.
O presidente da Anfavea também comentou as negociações de renovação do acordo comercial com a Argentina, cujo termo atual expira em junho. Segundo ele, enquanto o Brasil tem preferência pela assinatura de um entendimento de livre comércio, os argentinos preferem a manutenção de um comércio controlado. Ainda assim, de acordo com Megale, há uma visão dos dois lados de que o comércio não pode ser interrompido.
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