Movimento de 'minicasas' tenta ganhar adeptos no País
"Meu entendimento é que o Brasil tem uma pequena parte de casas acessíveis, e isso acontece porque, a exemplo dos Estados Unidos, há uma grande distância entre os que têm muita riqueza e os que têm muito pouco", diz Morrison. Ele trabalhou por 20 anos como construtor para o mercado residencial tradicional e, na última década, fatura com a venda de projetos customizados de casas minúsculas e videoaulas que ensinam os processos de construção aos interessados.
"Eu acho que a chave desse movimento é a simplicidade e por isso cresce tanto", conta Morrison, que vive em uma microcasa de 19 metros quadrados com a esposa e dois filhos adolescentes em Oregon, estado que fica entre Washington e a Califórnia, na costa pacífica dos Estados Unidos. Andrew Morrison vem ao Brasil para participar do Summit Imobiliário Brasil 2016. A segunda edição do evento, promovido pelo Estado em parceria com o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), será realizada no dia 12 de abril, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo.
Contêiner
Idealizado no inícios dos anos 2000 pelo arquiteto Jay Shafer, o Tiny House Movement ganhou força a partir da crise do mercado imobiliário em 2008. Dados da Associação Americana de Construtores Urbanos (Areuea) apontam que cerca de 1% das novas residências no país tenha hoje até 25 metros quadrados. A popularidade em torno do tema é tamanho que, neste momento, dois reality shows abordam o assunto na televisão local. O mais famoso, chamado The House Nation, já está em sua terceira temporada no canal FYI.
Aqui no Brasil, poucos ainda ouviram falar da tendência. Mas há quem já lucre com o assunto. A Delta, de Curitiba, se especializou em transformar contêineres usados em minicasas de veraneio.
"Nosso principal produto é uma casa de 30 metros quadrados, que fazemos a partir de contêineres com cerca de 15 anos de vida. Eles têm 40 pés e importamos principalmente da Ásia", conta Jonathan Gabardo, sócio da Delta, que começou a preparar as minicasas ao tomar conhecimento do movimento Tiny House.
O empresário conta que uma casa pronta, feita de contêiner, custa em média R$ 63 mil. O preço não contempla a mobília, que deve ser encomendada à parte. A demanda, diz Gabardo, chega principalmente como opção de casa na praia. Há também projetos em sítios. "É seguro e em 30 dias está pronta", afirma Jonathan Gabardo, que no entanto tem uma fila de espera de quase seis meses para quem quiser um projeto. "Temos uns 35 projetos encomendados. A demanda cresceu muito com a crise e vamos ter de contratar", ele destaca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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