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Retração no comércio reflete a falta de confiança do consumidor, segundo presidente da CDL

13:07 | Mar. 03, 2016
Autor Camila Holanda
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Camila Holanda Editora
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Tipo Notícia
A queda de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, divulgada nesta quinta-feira, 3, pelo IBGE pode refletir - e ser reflexo - na falta de confiança dos consumidores em comprar, devido ao atual cenário econômico do País. Pelo menos, no setor de serviços, que teve uma retração de 2,7% em 2015, quando se compara com o ano de 2014.  

Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Severino Ramalho Neto lembra que o dado reflete a influencia do ambiente econômico brasileiro no dia a dia dos consumidores, que perdem a confiança de comprar. "É um dado negativo e, como negativo, ele influencia a confiança das pessoas no futuro e esse é o principal fator de venda do comércio: a confiança do consumidor, a segurança no emprego, na renda", analisa.

Quando o IBGE faz um recorte de análise trimestral, o comécio (que está incluso no setor de serviços) teve uma retração de 2,6%, quando comparados os meses de outubro, novembro e dezembro de 2015 com o mesmo período de 2014. Do outro lado do balcão, os empresários também ficam mais cuidadosos ao investir e ousar. "Ele (o empresário) vai ser mais racional nesse momento. Ele vai olhar que teve uma queda grande na economia e vai ver todo o contexto".

Para Severino, investir na produtividade das empresas pode ser uma forma positiva de atravessar o momento de turbulência econômica do País. "A gente (empresários) tem feito o dever de casa, para que as empresas sejam mais produtivas", assinala.

Fecomercio
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) avalia a queda de 3,8% da economia como resultado "dos desajustes internos dos principais fundamentos econômicos e da demora do governo em adotar as medidas necessárias". O órgão frisa que este é o pior desempenho registrado ao longo de 25 anos, desde 1990 (-4,3%), durante o governo Collor.

Para a entidade, a tendência é de que o início de 2016 mostre números mais negativos que os resultados de 2015. "Outro fator que preocupa é a destruição da capacidade de produção, com queda de quase 20% nos investimentos no último trimestre", aponta. Ainda de acordo com a Federação, o cenário econômico atual não deve ser revertido ainda neste ano, e o dado do PIB serve como uma prévia do que virá ao longo de 2016. "Principalmente por causa do aumento expressivo esperado para a taxa de desemprego", diz.

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