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O mercado tem mais musculatura

Das outras vezes, nós estávamos numa situação mais ou menos e entramos num decréscimo. O mercado está melhor porque há mais empresas e empresas mais preparadas
01:30 | Mar. 05, 2016
Autor O POVO
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Tipo Notícia

O mercado imobiliário cearense está muito mais sólido e com musculatura para enfrentar a atual crise econômica brasileira. Quem diz é Sérgio Porto, presidente do Sindicato da Habitação do Ceará (Secovi-CE), com 33 anos de atividade no setor.

Essa musculatura, ele explica, foi desenvolvida ao longo do período de crescimento econômico nacional, na década passada, durante o qual as empresas se capitalizaram, investiram em produtividade e tecnologia. Situação muito diferente de crises anteriores.

“Nossas empresas saíram de um período excelente, sustentado por dez anos. Das outras vezes, nós estávamos numa situação mais ou menos e entramos num decréscimo. O mercado está melhor porque há mais empresas e empresas mais preparadas”.

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A favor do mercado, também pesa a criatividade do cearense. E Porto diz isso lembrando de períodos de turbulência ainda maiores, como na década de 1990. “No Governo Collor, a Caixa Econômica parou de financiar imóveis e os empresários construíram um plano para começarem, eles mesmos, a financiar. Tivemos sucesso nisso”.

Sobre o cenário atual, ele diz que as perspectivas de melhora vêm sendo postergadas. A nova aposta para o setor imobiliário cearense é 2017. “Esperamos por 2017, mesmo que os economistas não estejam apostando nisso. Mas deve ser melhor até do ponto de vista de que já estaremos mais adaptados ao quadro”.

Enquanto 2017 não chega ou as previsões não se consolidam, há segmentos que vão bem na crise, outros buscam se ajustar. E cita exemplo: enquanto as empresas postergam lançar empreendimentos, priorizando venda de estoques em um movimento de auto ajuste, os aluguéis residenciais se beneficiam. “As pessoas estão adiando a compra da casa própria e ficam no aluguel”.

E o preço? Porto diz que o momento é favorável para a compra porque as empresas estão se empenhando na venda de estoques, fazendo feirões e dando margem para negociação. Mas ele afirma que não há muita margem para queda de preço nos lançamentos. Isso porque os insumos da construção não ficam mais baratos. “Um imóvel novo tem uma série de setores de materiais de construção, em que há poucas empresas dominando o mercado, e eles mantêm o custo. Não deixam, por exemplo, a saca de cimento despencar muito”.

Porto frisa que a crise é momento de união, “quando você sente que sua empresa não vai resolver o problema sozinha”. “É hora de se juntar a uma entidade de classe, no caso o Sindicato, para que juntos promovam mudanças ou segurem o que estava indo bem”. E conclui que espera que o setor saia fortalecido dessa crise.

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Veja a íntegra da entrevista no O POVO Online:

bit.ly/1Sm5DFgr

 

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