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Meta de crescimento ainda é objetivo principal da China, diz Oxford Economics

14:10 | Mar. 05, 2016
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A meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) continua a ser o principal objetivo das autoridades chinesas, o que pode atrasar as reformas estruturais necessárias ao país, afirma o economista Louis Kuijs, diretor de pesquisa da consultoria Oxford Economics para a Ásia.

Em relatório a clientes, o analista argumenta que, apesar das autoridades terem reduzido a meta de expansão de "cerca de 7,0%" para "entre 6,5% e 7,0%" este ano, o número revela que elas continuam firmes em sua intenção de fazer dobrar o PIB per capta e a renda pessoal dos chineses de 2010 a 2020. "Na nossa opinião, a meta é ambiciosa e pode distrair as autoridades de reformas dolorosas, como o fechamento de empresas estatais não lucrativas", afirmou Kuijs.

Tais reformas são mais fáceis em um ambiente de alto crescimento, como o vivido no começo da década, quando essa meta de dobrar o PIB foi traçada, ele explica. No entanto, dada a falta de motores naturais para o crescimento, ela exigirá grande esforço por parte da política macroeconômica.

"Insistir em uma meta estabelecida há cinco anos, em circunstâncias diferentes, deverá atrasar o andamento de reformas importantes para controlar o alto endividamento e reduzir o excesso de capacidade (da economia)", diz o analista. "É uma pena, porque um crescimento na casa dos 6,0% já seria o suficiente."

Entre os estímulos mencionados durante o Congresso Nacional do Povo, que começou neste sábado, Kuijs destacou a permissão para um déficit orçamentário maior este ano. Segundo dados do governo, o número deve crescer de 2,4% no ano passado para 3,0% este ano.

Já o Financiamento Total Social (TSF), uma medida criada pelo Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) que exclui o crédito tomado pelos governos central e locais, deve crescer 13%. Isto significa, nas contas da Oxford Economics, uma aumento de 16 pontos porcentuais na relação entre TSF e PIB, para 225% ao final do ano.

Por outro lado, as declarações endereçadas às medidas de reforma não trouxeram surpresas. "O governo se comprometeu a proceder com seus esforços "proativamente, mas com prudência", o que confirma nossas expectativas de que os esforços serão relativamente tímidos", comentou.(Marcelo Osakabe - marcelo.osakabe@estadao.com)

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