Financiamento é desafio para o setor de infraestrutura, diz executivo da Arteris
"Obras de infraestrutura implicam num financiamento de longo prazo. Historicamente, esse papel tem cabido quase que exclusivamente ao BNDES, mas essa situação tem começado a mudar por causa da situação do País", disse Ezquerra.
"Acreditamos que o BNDES continuará sendo um ator fundamental, mas temos que trabalhar com outras fontes de financiamento e buscar fórmulas para diversificar".
O executivo ainda destacou que, do ponto de vista legal e regulatório, o setor de infraestrutura possui estruturas suficientemente adequadas, mas que ainda precisam de aprimoramentos. "Também há um esforço por parte do governo para dar ritmo adequado para a execução de investimentos, principalmente em relação às questões ambientais. Temos visto um trabalho mais coordenado entre Ibama e ANTT", afirmou.
Prioridades
Também participando do fórum, o coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, disse que a sociedade brasileira não pode ser convencida de que é possível tocar "100 projetos ao mesmo tempo".
Resende defendeu priorização de projetos, com alguns sendo transferidos para a iniciativa privada, sobretudo os de maior demanda, e voltou a falar da necessidade de um bom arcabouço jurídico, que não dependa de situações político-eleitorais. "Não se pode só inaugurar maquetes", ironizou. "Não é possível convencer investidores de que eles terão retorno só com caridade, é preciso restabelecer a confiança".
Na avaliação de Felipe Ezquerra, o investidor precisa de previsibilidade e isso inclui marco regulatório e prazos. "E o principal é o planejamento", frisou o vice-presidente da Arteris.
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