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BC também cita incertezas sobre China e petróleo no RTI como fez na última ata

10:00 | Mar. 31, 2016
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No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 31, o Banco Central citou as incertezas com a economia chinesa e com o cenário do petróleo, assim como fez na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada no dia 2 de março.

Pelo documento, estão mantidas as incertezas em relação ao cenário externo, com destaque para a preocupação com o desempenho da economia chinesa e desdobramentos e com a evolução de preços no mercado de petróleo.

"O Copom considera que remanescem incertezas associadas ao balanço de riscos, principalmente, quanto ao processo de recuperação dos resultados fiscais e sua composição, ao comportamento da inflação corrente e das expectativas de inflação", avalia.

O texto diz ainda que, mesmo em cenário de aumento na aversão ao risco global, repercutindo incertezas associadas às alterações introduzidas na política cambial chinesa e ao ritmo de atividade global, os prêmios de risco domésticos flutuaram principalmente de acordo com desenvolvimentos locais.

"No horizonte relevante para a política monetária, o Comitê ressalta que as incertezas referentes ao processo de recuperação dos resultados fiscais e ao desenvolvimento de eventos não econômicos influenciam, e continuarão a influenciar, os preços dos ativos financeiros", avaliou.

Subsídios em crédito

O Banco Central mudou de "oportuno" para "relevante" que sejam moderados os subsídios de operações de crédito, quando comparado ao relatório de dezembro.

"Comitê (de Política Monetária) considera relevante continuar reforçando as iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito", diz. Pelo texto o Copom destaca que o cenário central contempla expansão moderada do crédito, o que já havia sido observado e tende a persistir.

"Após anos em forte expansão, o mercado de crédito voltado ao consumo passou por moderação, de modo que, nos últimos trimestres, observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos e, de outro, desalavancagem das famílias", afirma, inferindo que os riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados.

Preços de ativos

O Relatório Trimestral de Inflação destacou também que, mesmo em um cenário de aversão ao risco global - repercutindo incertezas sobre a política cambial chinesa e o ritmo de atividade global -, os prêmios de risco domésticos flutuaram principalmente de acordo com desenvolvimentos locais.

A diretoria do BC ressaltou que desde o RTI anterior, de dezembro, os preços de ativos domésticos evoluíram de acordo com mudanças na percepção de risco da economia brasileira.

Entre os fatores que continuarão a influenciar os preços dos ativos financeiros no horizonte relevante para a política monetária, o RTI citou as incertezas referentes ao processo de recuperação dos resultados fiscais e o desenvolvimento de eventos não econômicos - que é como a autoridade se refere à crise política o desdobramentos judiciais da Operação Lava Jato.

O documento volta a destacar que eventuais aumentos de volatilidade e de aversão ao risco nos mercados internacionais tendem a ser transmitidos aos ativos domésticos de maneira discreta e incremental, mas ressalta que esse efeito pode ser amplificado em função da percepção da solidez macroeconômica e financeira doméstica.

O RTI explica que, para o BC, os efeitos da recente valorização cambial sobre os preços domésticos dependem fundamentalmente da percepção de perenidade desse movimento. Por outro lado, o documento considera que a despeito da recente valorização, o real se depreciou nos últimos três anos em relação às moedas de importantes parceiros comerciais do Brasil.

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