Avanço do ouro estimula demanda fora de época na China
De modo geral, as compras de ouro na China são associadas a aquisições de joias no período do feriado do ano novo chinês, que dura sete dias e caiu na segunda semana de fevereiro neste ano. No entanto, as incertezas que cercam a economia global têm despertado o interesse também de outro tipo de comprador, ou seja, do investidor pragmático.
"Tem sido muito movimentado para nós nas últimas semanas", comentou Padraig J. Seif, executivo-chefe da Finemetal Asia, grande comerciante de ouro com sede em Hong Kong que vendeu um volume maior do metal nas três semanas de março do que em todo o mês de fevereiro.
O maior salto, segundo Seif, foi nas vendas de barras de 250 gramas, que registraram aumento de dez vezes no período, ao custo de cerca de US$ 10 mil por unidade. Já as vendas de barras de um quilo avançaram 50% e foram feitas principalmente a investidores corporativos, em vez de joalheiros.
A volatilidade dos mercados acionários e cambial da China, assim como o aquecimento do mercado imobiliário em grandes cidades que encareceu muito os investimentos em propriedades, está estimulando os chineses a comprar ouro.
Segundo analistas, a demanda da Ásia contribuiu significativamente para a alta em três meses do ouro e vem compensando a fraca demanda sazonal do setor joalheiro, segundo o chefe de transações de ouro do Scotia Bank, um dos maiores bancos internacionais que negociam metais preciosos.
Outro sinal de interesse foi o aumento no ágio que os vendedores cobram acima das taxas internacionais à vista para entrega imediata do ouro. Em Hong Kong, esse adicional subiu para US$ 1 a US$ 2 por onça-troy logo após o feriado do ano novo, de US$ 0,40 a US$ 0,50 anteriormente.
A Índia, que consome quase tanto ouro quanto a China, registrou alta de 6% nas vendas para joalheiros e de moedas e barras. Normalmente, as compras de joias no país são mais fortes na época do festival hindu, em novembro. Fonte: Dow Jones Newswires.
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