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Por unanimidade, bancários decidem entrar em greve no Ceará

22:41 | 01/10/2015
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Atualizada às 16h42min de 2/10/2015

Bancários do Ceará deflagraram greve em Assembleia geral realizada na noite desta quinta-feira, 1º. A paralisação, por tempo indeterminado, começa na próxima terça-feira, 6. Segundo o sindicato da categoria, cerca de 300 bancários participaram da deliberação, definida por unanimidade.

A alegação da entidade é que bancos e Governo não estão dispostos a negociar. De acordo com o Sindicato dos Bancários do Ceará , foram realizadas várias rodadas de negociação e os patrões não se mostraram dispostos a avançar.

Segundo os bancários, a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 5,5% não repõe a inflação, representando perda salarial real de 4%.

“Os bancários valorizaram o canal de diálogo e defenderam em mesa de negociação todas as reivindicações da categoria. Essa contraproposta dos bancos é um retrocesso absurdo. Queremos manter a política de aumento real e vamos à greve para mudar essa postura intransigente dos banqueiros”, afirmou o presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra.

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), melhores condições de trabalho, fim do que consideram metas abusivas, fim do assédio moral, mais contratações, fim das demissões, mais segurança, entre outros pleitos.

A categoria realiza assembleia organizativa na próxima segunda-feira, 5, às 19h, na sede do Sindicato.

Além do Ceará, os sindicatos de São Paulo, Brasília e Porto Alegre também deflagraram greves. Todas começam no dia 6. Ainda há assembleias a acontecer pelo País.

Resposta da Fenaban

A Federação Nacional de Bancos (Fenaban), ligada à Federação Brasileira de Bancos (Febraban), informou ao O POVO Online, através de nota, que tem com as lideranças sindicais uma prática de negociação pautada pelo diálogo.  "A proposta econômica já apresentada às lideranças sindicais prevê a participação nos lucros dos bancos, de acordo com uma fórmula que, aplicada, por exemplo, ao salário-piso de um caixa bancário, de R$ 2.560,00, pode garantir até o equivalente a quatro salários", disse a Fenaban.

Sobre os lucros dos bancos, a Fenaban relatou que a proposta, nos termos de Convenção Coletiva do setor, prevê distribuição de 5% a 15% do lucro líquido aos bancários, como regra básica, além da parcela adicional que distribui mais 2,2% do lucro de cada instituição, respeitados os tetos estabelecidos na convenção coletiva de trabalho.

"A fórmula de cálculo dessa distribuição é idêntica à adotada anteriormente com aprovação dos sindicatos e pode chegar a mais de R$ 24.000, dependendo da lucratividade do banco", informou a Federação.

De acordo com a Fenaban, os bancos pagarão, pela proposta da Federação, um abono imediato de R$ 2.500,00 a todos os 500 mil bancários, além de reajustar em 5,5% os salários praticados em 31 de agosto de 2015. A entidade avaliou que a negociação das cláusulas não econômicas, ainda em curso, vem se desenvolvendo de maneira positiva, e reiterou que continua aberta a negociações e avaliará contrapropostas que venham a ser apresentadas pelas representações sindicais.

 

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