Rosenberg Associados vê novas quedas nas vendas do varejo em 2015
"A gente tem um desempenho ruim mais ou menos generalizado (entre os setores do varejo)", disse. No acumulado dos últimos 12 meses, ela destaca as quedas expressivas de equipamentos e material para escritório, de 9,1%, e de móveis e eletrodomésticos, de 7,1%. Segundo a economista, essas categorias enfrentam um duplo desafio. Por um lado têm uma base de comparação forte, pois foram beneficiadas com a Copa do Mundo do ano passado, e por outro sofrem com a queda de demanda em função da crise, já que, como não se trata de produtos essenciais, a intenção de consumo cai em maior velocidade.
De acordo com Thais, tanto equipamentos e material para escritório como móveis e eletrodomésticos seguirão sofrendo bastante nos próximos meses, assim como veículos e material de construção. No geral, ela projeta continuidade da trajetória de desaceleração do varejo em 2015, mas com quedas não tão expressivas na margem, assim como ocorreu em junho. Conforme o IBGE, as vendas no varejo restrito recuaram 0,4% ante maio.
"Vamos continuar tendo quedas na margem, porque continuamos tendo quedas no mercado de trabalho e no crédito, então não tem como vir uma melhora. Este ano o quadro é realmente complicado", explicou. A Rosenberg projeta um decréscimo de 3% no varejo restrito em 2015.
No que se refere ao Produto Interno Bruto (PIB), a tendência é de uma queda expressiva entre abril e junho - a Rosenberg ainda não fechou sua previsão. Para o terceiro e quarto trimestres, pode haver quedas menos acentuadas ou inclusive estabilidade. A estimativa para o PIB no ano é de retração de 2%.