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"Lutaremos até o último momento por um acordo", diz ministro grego

"A rejeição à extensão certamente prejudicará a credibilidade do Eurogrupo como união democrática. Temo que o dano seja permanente", disse Yanis Varoufakis

14:51 | 27/06/2015
O ministro grego da Economia, Yanis Varoufakis, disparou neste sábado, 27, contra a "credibilidade" do Eurogrupo, que rejeitou estender o atual programa de assistência a Atenas, e garantiu que apesar disso continuará lutando por um acordo até terça-feira, 30, quando o programa expira.

"A rejeição à extensão certamente prejudicará a credibilidade do Eurogrupo como união democrática. Temo que o dano seja permanente", disse em coletiva de imprensa após a negativa da zona do euro e enquanto seus 18 colegas da união monetária iniciavam uma reunião para analisar "as consequências" da decisão.

O governo grego pediu a extensão por alguns dias ou semanas do atual programa de resgate, para poder realizar em condições minimamente normais o referendo anunciado para 5 de julho sobre a oferta dos credores.

O governo grego rejeitou na sexta-feira a oferta de seus sócios, que propuseram prolongar o programa durante cinco meses com um montante de 15,5 bilhões de euros, em troca do cumprimento rigoroso de uma série de medidas e reformas, consideradas "recessivas" por Atenas.

Varoufakis negou que o referendo se transformará em uma votação a favor ou contra a permanência na Eurozona.

"Qualquer pergunta ao povo da Grécia do tipo euro ou saída do euro violaria todo o tratado fundamental da União Europeia", explicou, acrescentando que não existem atualmente regulamentos para sair da moeda única.

"A pergunta (do referendo) é muito simples: você quer que este acordo que nos apresentaram seja assinado ou não?", acrescentou o ministro.

Varoufakis garantiu à imprensa que apesar de tudo seu governo tentará obter um acordo até o último momento, isto é, terça-feira, quando seu país deve pagar ao FMI cerca de 1,5 bilhão de euros.

"Nós esperamos que até terça-feira haja acordo. E, nesse momento, diremos ao povo grego que vote sim", explicou.

Sobre o pagamento ao FMI, o ministro observou que o Banco Central Europeu deve 1,9 bilhão de euros à Grécia, pelos lucros realizados sobre a compra e venda da dívida pública grega.

"Nossa proposta desde o início era que o dinheiro que nos é devido pelo BCE fosse pago ao FMI", disse Varoufakis sem rodeios.

AFP

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