Celso Lafer destaca contribuições do Brasil na OMC
Em sua fala, ele lembrou que o Brasil teve papel importante na Rodada do Uruguai (1986-1994), que culminou com a criação da OMC, tendo participação marcante na vida inicial do órgão. Lafer destacou ainda que o País colaborou bastante para a conclusão do Acordo de Facilitação Comercial previsto no Pacote de Bali, que faz parte da Rodada de Doha, e vem contribuindo bastante para o debate de implementação do conjunto de decisões adotadas pelo Pacote.
O Pacote de Bali foi fechado em dezembro de 2013 na Indonésia, com o objetivo de revitalizar o comércio mundial. Segundo o calendário acordado na ocasião, um protocolo com a ratificação do acordo deveria ser adotado em Genebra antes do final de julho de 2014, mas a Índia se negou a dar seu aval, bloqueando todo o processo. Somente no último dia 27 de novembro o país concordou em assinar o acordo, após obter garantias adicionais sobre seus estoques.
Lafer ressaltou ainda a contribuição que o brasileiro Roberto Azevêdo vem dando como diretor geral da OMC. "Ele traz sua experiência pessoal e institucional do saber agregado da diplomacia brasileira", afirmou. O ex-ministro das Relações Exteriores, que é professor emérito do Instituto de Relações Internacionais da USP, destacou ainda o papel do Itamaraty nessas discussões internacionais. )
Mais eficiência
Para o diretor-geral adjunto da OMC, David Shark, que também discursou na conferência, o principal desafio do órgão para o futuro é pensar como operar de forma mais eficiente. Ele destacou ainda a contribuição "ativa" e "significante" que o País vem dando para o desenvolvimento do comércio mundial.
Em sua fala, ele destacou que será cada vez mais importante conectar os mercados internacionais, aproximando as relações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Entre os principais pontos, ele defendeu uma maior transferência de tecnologia para países de economias menores, como a África, que está em "posição marginal" nesse aspecto. Segundo ele, isso ajudará a aumentar a produtividade e investimentos nos países menos desenvolvidos.
Importância crescente
O embaixador Clodoaldo Hugueney, que já representou o Brasil na China e na Venezuela, também presente na conferência, disse que a importância da OMC está crescendo, e não diminuindo. Em debate, ele avaliou que grande parte das dificuldades pelas quais a entidade passa é reflexo da difícil situação da economia mundial.
"Eu realmente acredito que a importância da OMC está crescendo e não diminuindo", afirmou, defendendo a importância do órgão como "pilar central" do sistema de comércio internacional. Para ele, uma das prioridades a partir de agora deve ser a conclusão da Rodada de Doha, com a implementação do conjunto de decisões adotadas no Pacote de Bali. Segundo ele, o Brasil assumirá um "novo perfil" após a Rodada e, por isso, deve ter participação importante nas negociações. "Não porque a OMC é importante para o Brasil, mas porque o Brasil é importante para a OMC", disse.
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