CBIE vê contradição do governo na alta de combustíveis
Ele explica que, por um lado, o ajuste não recompõe as perdas sofridas pela estatal no período em que os preços do barril de petróleo no mercado internacional estavam mais altos. "Foi um aumento muito pequeno. Se o objetivo fosse cobrir os preços do passado, teria que aumentar em torno de 20%", afirmou Pires.
Atualmente, porém, o preço dos combustíveis no mercado doméstico entrou em paridade com os preços praticados no mercado internacional em função da queda na cotação do barril de petróleo. Mas, com o reajuste a partir de amanhã, a gasolina no Brasil ficará aproximadamente 4% mais cara do que lá fora, observou o diretor do CBIE.
"Quando o barril do petróleo ficou caro, o preço da gasolina permaneceu barato. Agora que o barril ficou barato, o preço da gasolina subiu. É uma contradição", afirmou. "O Brasil está indo contra a lógica do mercado internacional. É um sinal econômico ruim".
Pires mencionou que uma alternativa para reequilibrar as contas da Petrobras e aumentar a arrecadação pública seria a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). O imposto sobre a gasolina também teria a função de recuperar a competitividade do etanol. "Seria um prêmio para os produtores de etanol, que é um combustível limpo, mas perdeu mercado", afirmou.
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