Avanço industrial não alivia preocupações sobre a China
Na terça-feira, a China divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 7,3% entre julho e setembro, o ritmo de expansão mais lento desde 2009. Segundo Amy Lin, analista da Capital Securities, o resultado do PIB continua tendo efeito no mercado e ofuscou o avanço no índice dos gerentes de compras industrial.
Além de não surpreender o mercado, o avanço no indicador falhou em elevar o sentimento dos investidores."A leitura preliminar do PMI feita pelo HSBC não quer dizer muita coisa", disse o economista-chefe da Reorient, Steve Wang. "Os números positivos foram abatidos pela menor expansão da produção em 5 meses e algum recuo nos pedidos de exportação", afirmou.
As preocupações sobre o crescimento da China têm aumentado desde o início do ano, diante das quedas acentuadas nos preços dos imóveis e das preocupações com os riscos de um mercado de crédito fora do controle. O setor de exportação, que tem sido crucial para o crescimento da economia chinesa, também sofreu a pressão da desaceleração nas economias globais.
"Embora a leitura do PMI sugira que a demanda por exportação continua dando apoio ao setor industrial, o enfraquecimento da demanda doméstica continua pesando negativamente. Ainda assim, acredito que os dados fortes sobre o mercado de trabalho e renda, em conjunto com as preocupações sobre o aumento dos riscos de crédito, significam que os formuladores de política vão evitar a adoção de estímulos mais significativos à economia", avaliou o economista da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard.
Para o economista da CIMB, Fan Zhang, o resultado deve fazer com que o governo continue estimulando a economia por meio de investimentos em infraestrutura e crédito mais barato. "O governo já começou a fazer isso, iniciando projetos de ferrovias e aeroportos. O pacote completo pode ser equivalente ao das medidas de estímulo adotadas no segundo trimestre e pode conseguir recompensar a economia no curto prazo", disse. Como resultado, Zhang estima que a economia se recupere ligeiramente no trimestre final do ano, colocando o crescimento acumulado em 2014 próximo ao objetivo do governo, de 7,5%. (com informações da Dow Jones Newswires)
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