Metalúrgicos da Embraer ameaçam entrar em greve
Esse patamar de aumento será apresentado em contraproposta na próxima rodada de negociações, que são realizadas na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, não descarta uma paralisação, se não houver avanços. "O sindicato está aberto a negociação, mas se a Embraer continuar com essa proposta rebaixada, vai ter paralisação", disse, em nota. Segundo o SindMetalSJC, um aviso de greve já foi protocolado na Fiesp, no dia 15 de setembro.
O sindicato afirma que, se as negociações não avançarem e os trabalhadores decidirem pela greve, os planos da Embraer de entregar o primeiro KC-390 para o Ministério da Defesa, programado para outubro, poderão sofrer atraso.
A entidade argumenta que a proposta patronal não cobre a inflação dos últimos 12 meses (setembro de 2013 a agosto de 2014), fechada em 6,35% pelo INPC, e não reflete os lucros da empresa. "A Embraer tem total condição de conceder até mais do que os trabalhadores estão reivindicando. É uma metalúrgica que goza de plena saúde financeira, assinando novos contratos a cada dia. Os trabalhadores vão cobrar a empresa nesta campanha salarial", acrescentou Barros.
Conforme o SindMetalSJC, metalúrgicos de outras cinco fábricas já conquistaram os 10% de reajuste e houve empresas que fecharam acordos ainda mais altos, com 10,5% e 11%. Ao todo, seriam dez fábricas com acordos fechados.
Além do aumento real de salário, os trabalhadores da Embraer reivindicam redução da jornada, estabilidade no emprego, combate a assédio moral, revisão do Plano de Cargos e Salários e congelamento dos preços do convênio médico.
A Embraer possui hoje aproximadamente 14 mil trabalhadores em São José dos Campos. Foram realizadas assembleias com funcionários do primeiro turno da produção e do setor administrativo, o que provocou atraso de uma hora na entrada dos trabalhadores. Uma nova assembleia acontecerá às 14h com o segundo turno.
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