Mantega prevê crescimento médio de até 2,8% em 2008-2014
Mas ao considerar as taxas de crescimento de 2008 a 2013, para que a média atinja de 2,7% a 2,8% entre 2008 e 2014, o PIB deveria apresentar uma expansão entre 0,5% e 1% neste ano. Com expansão do PIB de 0,5%, a média de 2008 a 2014 atingiria 2,73% e com incremento de 1% o patamar alcançaria 2,81%.
"O Brasil é economia sólida, com perspectiva de ingressar num novo período de expansão", comentou o ministro. "Estamos mantendo o mercado consumidor, que não se manifesta por falta de crédito", destacou.
O ministro destacou que em 2014, a recuperação da economia mundial está demorando para acontecer. Ele ressaltou que os EUA apresentarão neste ano uma expansão mais vigorosa do que outros países avançados. "Países emergentes estão registrando desaceleração do crescimento. A redução do ritmo de crescimento atinge Chile e Peru, que são considerados eficientes", ponderou.
Mantega também apontou que a seca foi um fator importante que afetou o desempenho da economia neste ano. "A seca no Brasil não pode ser subestimada. Ela provocou uma conta próxima a R$ 20 bilhões para o Tesouro."
Credit crunch
De acordo com Mantega, "estamos quase em um credit crunch do ponto de vista do consumo", o que teria sido causado em grande medida pela postura mais cautelosa dos bancos privados para conceder financiamentos. "Não falta crédito para investimentos, por causa dos bancos públicos", ponderou.
Segundo o ministro, uma consequência direta da forte restrição de financiamentos para o consumo pelos bancos é que a redução das vendas de mercadorias levou as fábricas a acumularem estoques indesejados. "E fica este mal-estar no setor", ponderou. "Mas o crédito já começou a voltar neste segundo semestre", destacou. "O Banco Central já liberou compulsórios e temos possibilidade de recuperação do mercado de consumo", disse.
O ministro destacou a solidez da economia nacional e ressaltou que fatores negativos que prejudicaram o nível de atividade em 2014, como a seca, não devem ter a mesma intensidade em 2015. "A seca terá menos efeitos e no próximo ano teremos chuvas", disse.
De acordo com Mantega, alguns fatores merecem destaque especial, porque mostram que a economia brasileira apresenta um desempenho bom pós a crise de 2008, de acordo com avaliação da OCDE. "Temos reservas mais elevadas, o fluxo externo segue forte e o câmbio está estável", afirmou. "Estamos mantendo a inflação sob controle, apesar de choques de oferta", acrescentou.
O ministro afirmou que espera que a crise global termine neste ano ou no próximo, o que trará benefícios ao País. "A economia internacional tende a melhorar. É relevante o impacto da economia internacional no Brasil."
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