Bunge defende normas mais claras no setor de etanol
"Isso (Cide e PIS/Cofins) não muda a expectativa de investimento. O que muda o investimento são regras mais claras, como, por exemplo, para o reajuste e formação de preços da gasolina e qual o papel do etanol na matriz de combustível. Isso dá o horizonte e previsibilidade para o investimento e faz parte de uma agenda estrutural", disse Tavares. "Com isso, os investimentos retomam", completou.
Além da retirada gradual da Cide sobre a gasolina, o executivo da Bunge vê a defasagem no preço da gasolina como outro fator de perda de competitividade do etanol. "Você não pode subestimar essa questão do preço da gasolina. É uma coisa importante e não é pequena", afirmou.
Segundo o vice-presidente da Bunge, o etanol hidratado como substituto direto da gasolina sofreu com o preço do combustível fóssil mantido estável pelo governo. "Isso impacta diretamente as vendas e as receitas do setor e, portanto, é relevante", afirmou ele, que também é conselheiro da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
A Bunge tem oito usinas processadoras de cana-de-açúcar no Brasil, cinco delas adquiridas em 2010 na incorporação do Grupo Moema. A multinacional do setor de alimentos relata constantes prejuízos no setor em seus balanços trimestrais, apesar de ser uma das maiores processadoras de cana do País, com mais de 21 milhões de toneladas processadas de capacidade de moagem.
Tavares, no entanto, evitou comentar o desempenho da companhia e ainda se há uma pressão do comando mundial da Bunge para a saída da empresa do setor no País. "Não posso responder. A empresa permanentemente avalia os negócios, busca melhorar a eficiência e fazer o dever de casa. É um trabalho contínuo", disse. "Não posso fazer projeções e não posso falar sobre o futuro", concluiu.
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