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A pediatria no serviço público

14:00 | Set. 20, 2014
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Francisco Pereira de Alencar, coordenador de Hospitais e Unidades Especializadas da Prefeitura, diz que, independentemente da especialidade, os médicos do Município ganham cerca de R$ 7 mil, se forem contadas as gratificações recebidas. Para os especialistas que trabalham nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) São 20h de trabalho e nos postos são 40h.

Em relação aos salários dos médicos pediatras que trabalham para o Estado, a Secretaria de Saúde (Sesa), enviou nota dizendo que esse valor varia muito que não tem como informar uma média. “Com tantas especificidades e diversidades da forma de contratação e cargas horárias, não há como informar uma média ou variação”, dizia a nota. Mas quando o assunto é a carência da especialidade, a Sesa alega que o número de pediatras no Ceará e em todo o País está abaixo da demanda.

“Para ampliar e qualificar o atendimento às crianças há pelo menos 80 médicos sendo formados para serem pediatras. Estão fazendo Residência Médica em Pediatria. Desse total, 50 fazem a Residência Médica iniciada em 2013, e 30 iniciada este ano”, acrescenta.

Henry Campos, vice-reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), que também integra a subcomissão que elabora o Revalida – revalidação de diplomas estrangeiros, reconhece que há dificuldade em contratar médicos pediatras. “É fato que há necessidade de mais pediatras no interior e de neonatologia. Há tendência de as pessoas quererem uma vida mais tranquila e preferindo subespecialidades”.

Para ele, existe um problema conjuntural e de remuneração dos pediatras tanto no serviço público como nos convênios. “No interior tem salários mais atraentes, mas as condições de trabalho deixam a desejar”.

Para amenizar essa falta de médicos, o Ministério da Educação (MEC) está com uma proposta de expansão dos cursos de medicina e quantificação das vagas que estão sobrando no País, para saber quantas formações são necessárias.

No Município, Francisco Pereira de Alencar, coordenador de Hospitais e Unidades Especializadas da Prefeitura, diz que houve aumento da oferta de serviços de pediatria com a criação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que são nove em Fortaleza.

Nelas, não há área específica para crianças, que são atendidas por médicos da família. O hospital público e voltado especialmente para os pequenos, na Capital cearense, é o Albert Sabin, que possui 474 pediatras e foi reformado e ampliado, passando a ter uma nova unidade com 125 leitos, segundo a Sesa.

Investimentos

Em nota, a Sesa informou que foram ampliados e reformados: a Unidade de Pediatria do Hospital Geral de Fortaleza (HGF); a maternidade do Hospital José Martiniano de Alencar, o antigo hospital da polícia, que obteve mais 24 leitos para gestantes e 10 berçários de médio risco. Ainda na Capital, a secretaria diz que os leitos de UTI neonatologia do Hospital Geral César Cals também foram reformados.

No interior, a Sesa diz que dois novos hospitais regionais foram construídos, com atendimento especializado em neonatologia. Dentro do Hospital Regional Norte, em Sobral,mas que atende toda a população dos 55 municípios da macrorregião, informa que há uma unidade específica para atendimento à mulher e ao bebê. “São 10 leitos de UTI da neonatologia, além de 30 leitos berçários de médio risco. Há 16 leitos de mãe canguru”. E ainda o Hospital Regional do Sertão Central, será entregue à população até o final deste ano, com 30 leitos de UTI da neonatologia e 10 pediátricos.

Já no sistema de saúde privado, enquanto alguns hospitais fecham, há investimentos no setor. O Hapvida, por exemplo, inaugurou, em 2012, a Hapclínica na Aldeota, exclusiva para atendimento infantil. “Unidades como essas evitam o contato das crianças com adultos doentes, além de oferecerem um espaço mais aconchegante para os pequenos”, diz a empresa em nota. E a Unimed Fortaleza criou, em 2011, o Centro Pediátrico, que recebe pacientes de 0 a 16 anos.

SAIBA MAIS

Serão 1.700 vagas de pediatria ofertadas, por ano, no programa Mais Médicos e com expectativa de ampliar para 10.630 nas especialidades básicas de pediatria, medicina da família, entre outras, conforme informa Henry Campos, vice-reitor da UFC.

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