Não há indício de alta forte do desemprego, diz Dieese
"É difícil dizer se essa queda na força de trabalho vai se manter nos próximos meses. Ainda existem muitas variáveis a serem definidas na economia, e o período eleitoral sempre gera um tumulto nas expectativas de empresas e famílias", comenta. "Por enquanto, com base nos dados que temos, nada permite vislumbrar um aumento no desemprego, até porque no segundo semestre o mercado de trabalho geralmente aquece, mesmo em anos não tão favoráveis do ponto de vista da atividade econômica", acrescenta o pesquisador.
A economista Ana Maria Belavenuto, técnica do Dieese responsável pela pesquisa de emprego nas seis maiores regiões metropolitanos do Brasil, também diz que 2014 ainda apresenta números muito mais promissores no nível total de ocupados do que nos dois anos anteriores. Ela aponta que a geração de vagas na construção, que vinha sendo um dos motores do aumento de emprego, desacelerou em junho, possivelmente resultado da conclusão de alguns grandes projetos de infraestrutura. "Agora precisamos ver até que ponto o segmento imobiliário conseguirá dar sustentação para o setor", explica.
Ana Maria comenta que o Brasil já viveu outros momentos de contração da economia e relativa estabilidade de empregos, como durante a crise financeira global iniciada em 2008. Tanto naquela época como agora, o setor de serviços é que deu sustentação ao mercado de trabalho, embora desta vez já existam alguns sinais de perda de fôlego nessa área.
Em relação aos impactos da Copa do Mundo, Ana Maria afirma que o setor de serviços teve um bom desempenho em junho nas cidades de Fortaleza, do Recife e de Belo Horizonte, mas o mesmo não se verificou em São Paulo e Salvador. "A Copa pode ter ajudado, mas os efeitos não foram homogêneos em todas as regiões", explica. Na Grande São Paulo, um dos possíveis motivos é que o fluxo de turistas atraídos pela Copa acabou atrapalhando o turismo de negócios, que é muito forte na capital paulista.
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