Ex-embaixador critica política para o comércio exterior
"A política macroeconômica nunca levou em consideração nem a política industrial nem o que poderíamos chamar de comércio exterior", disse o embaixador, um dos articuladores do programa de campanha do candidato tucano à Presidência, Aécio Neves.
"As medidas de política comercial são anunciadas pelo Ministério da Fazenda ou pelo Banco Central. Precisamos colocar a política de comércio exterior num outro nível." Para Barbosa, uma proposta plausível é a vinculação da Câmara de Comércio Exterior (Camex) à Presidência da República.
Do ponto de vista das negociações comerciais, Barbosa destaca que é preciso "reinserir" o Brasil. "As regras que vão viger daqui para frente estão nos acordos comerciais. O novo cenário que esses acordos estão desenhando é um dos desafios que o Brasil vai enfrentar se quiser se reinserir no mundo", disse. De acordo com ele, os acordos comerciais negociam uma "série de regras" fora da Organização Mundial do Comércio (OMC). "E são regras que até hoje o governo brasileiro não aceita", complementou.
Sobre o Mercosul, Barbosa acredita que a política em relação ao bloco deve ser alterada para que o grupo volte a ser um instrumento de abertura de comércio. "Eu ajudei a criar o Mercosul, mas as coisas evoluem. Hoje o Mercosul é um entrave às exportações brasileiras e à posição negociadora no mundo", criticou o embaixador, que diz acreditar que todas as "questões econômicas" vão entrar no debate eleitoral que se aproxima. "O Brasil não pode ficar amarrado a regras que são contra o seu interesse."
Brics.
O embaixador elogiou o anúncio da criação do banco dos Brics. "É muito positiva (a medida). É um passo adiante, uma nova fase que se abre para os Brics."
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