CNC: comércio deve gerar 140 mil vagas formais em 2014
Os números são bem menores do que há uma semana. Antes da divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes a junho, quando o comércio fechou 7,07 mil vagas, a CNC mantinha projeções mais otimistas. A expectativa era de que o setor como um todo criasse 198,7 mil postos de trabalho, 149,3 mil deles no varejo. "Tivemos uma revisão bem forte após o Caged de junho, que foi horroroso", justificou o economista da CNC Fábio Bentes.
Segundo Bentes, há certa decepção entre os empresários com o ritmo das vendas no varejo. Além disso, a inflação, ainda que venha perdendo força, continua elevada. Com isso, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 1% em julho ante junho, para 108,4 pontos, mínimo histórico. "Os dados de julho dão uma percepção interessante do que deve ser o restante do ano. O empresário jogou a toalha no sentido de que não deve crescer 5% ou 6%", disse Bentes. A previsão de crescimento do setor, que começou 2014 na casa de 6%, já cedeu a 4,4% nas contas da CNC.
"A novidade este ano é o encarecimento muito grande do crédito, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica", destacou o economista. No caso das empresas, outro obstáculo é o encurtamento do prazo. Esses fatores inibem a tomada de recursos para investir ou, no caso dos consumidores, para adquirir os bens.
No segundo semestre, com mais dias úteis e uma inflação no varejo menos agressiva (principalmente entre os alimentos), o comércio pode até retomar algum fôlego. "O setor de supermercados, que é o maior do varejo, deve recuperar", citou Bentes. Mesmo assim, não há expectativa de grande melhora nos próximos meses. Por isso, os empresários colocaram o pé no freio nos investimentos e devem reduzir o ritmo de contratações.
Em julho, mais da metade dos comerciantes declararam ter estoques em níveis adequados, mas uma parcela preocupante de 23,7% afirmou ter produtos demais nas prateleiras, o que pode reduzir a demanda já enfraquecida da indústria. Além disso, a confiança na economia mostrou grande deterioração neste mês. Para 70% dos empresários, as condições macroeconômicas pioraram no último ano.
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