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Brics criam banco porque afirmam faltar crédito no planeta

Na Declaração de Fortaleza, assinada pelos cinco governantes do Brics, o FMI é criticado pela falta de modernização e reformas internas
08:33 | Jul. 16, 2014
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Tipo Notícia

O Fundo Monetário Internacional (FMI), de quem o Brasil já foi amplamente dependente no passado, é criticado na Declaração de Fortaleza, documento assinado na Capital por governantes de Brasil, Rússia, Índia, China na VI Cúpula dos Brics.


“Continuamos desapontados e seriamente preocupados com a presente não implementação das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2010, o que impacta negativamente na legitimidade, na credibilidade e na eficácia do Fundo”, destaca um dos 72 pontos da declaração.


O documento cobra urgência na implantação de mudanças. “Reiteramos nosso apelo ao FMI para formular opções para avançar seu processo de reforma, com vistas a garantir maior voz e representação das economias de mercado emergentes e países em desenvolvimento”.

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Um dos reflexos do descontentamento com a organização financeira foi a própria criação do Banco de Desenvolvimento do Brics. Isso ficou claro na declaração do ministro Guido Mantega, durante coletiva, após o encerramento da cúpula.


Para o ministro, o FMI e o Banco Mundial (Bird) eram suficientes na sua criação e durante algum período. “Hoje não são mais suficientes, porque não há financiamento suficiente para grandes projetos de infraestrutura dos nossos países”, declarou.


Discursos propositivos

Em seus discursos, o presidente da Rússia, Vladmir Putin, foi o mais propositivo. Além de citar os esforços de Rússia e China para “liquidar as armas químicas na Síria” e promover a reforma da ONU, vislumbrou ações para reforçar a associação energética, a criação de um banco internacional de combustível e a regulação de comércio de combustível entre os briquianos.

 

Putin ressalta ainda o empenho para a criação de uma universidade do Brics na Internet e de uma associação para a formação de jovens líderes e de ajuda comunitária.


A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que abriu os trabalhos, deixou claro que os Brics não tem o interesse de ser o “poder hegemônico ou de dominação”. Reforçou que não se trata de se chocar com os interesses de outros países.


Dilma admitiu a redução de crescimento dos países emergentes, mas foi enfática: “Continuamos sendo a força motriz do crescimento global”.


O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, reforçou o desafio do Brics de promover o crescimento sustentável, inclusivo e moral, no momento em que o mundo vive fortes conflitos políticos. Ele reforçou o combate ao terrorismo, além da segurança energética e climática. Narendra destacou a importância de realizar ações no âmbito de educação, ciência e tecnologia.


Após citar que já havia vindo a Fortaleza assinar um memorando de entendimento de um projeto, o presidente da China, Xi Jinping, defendeu a maior exploração do comércio entre os países e um reforço na conexão terrestre, marítima e aérea. Também cobrou a troca de um crescimento qualitativo por um crescimento quantitativo. Isso dito logo pelo representante chinês, cujo país apresentou crescimento de dois dígitos por algum tempo.


A África figura com um futuro cheio de oportunidades no âmbito econômico. Foi o que ressaltou o presidente da África do Sul, Jacob Zuma. “Já agilizamos processos legislativos para ratificar o que foi definido”, afirmou.

 

NÚMEROS

128

é o número de países dos quais a China é maior parceira comercial, conforme o presidente Xi Jinping

72

é o número de pontos discutidos e assinados pelos países dos Brics na Declaração de Fortaleza

 

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