Servidores do IBGE anunciam greve em 10 Estados e DF
Novas assembleias regionais serão realizadas pelo País ao longo desta sexta-feira e na manhã de segunda-feira que vem para mobilizar e votar a adesão de servidores à greve nas demais unidades. O sindicato reivindica a saída imediata da atual presidente do IBGE, Wasmália Bivar, dos membros do Conselho Diretor e dos chefes de unidade com mais de quatro anos no cargo. Os servidores criticam ainda a contratação de trabalhadores temporários para a realização de pesquisas contínuas e pedem concurso público para preenchimento de mais de quatro mil vagas, além de valorização salarial ao mesmo patamar que órgãos como Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários.
O desgaste entre a direção do IBGE e servidores começou em 10 de abril, quando a presidente do Instituto, Wasmália Bivar, anunciou a suspensão até janeiro do calendário de divulgações da PNAD Contínua, que mostra a taxa de desemprego em todo o Brasil. O objetivo era aprimorar o cálculo da renda domiciliar per capita para atender a exigências da lei complementar que determina o indicador como base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados.
No entanto, houve suspeitas de ingerência externa no órgão porque a decisão foi motivada por pedidos de senadores. A crise provocou o pedido de desoneração de duas diretoras, e 18 coordenadores ameaçaram uma entrega coletiva de cargos. Após semanas de discussões, a direção do órgão voltou atrás e decidiu manter a divulgação prevista para 3 de junho.
Segundo o sindicato, a divulgação da Pnad Contínua está assegurada, mas o andamento das outras pesquisas do órgão pode ser afetado pelo movimento grevista. Em 2012, uma greve de servidores do IBGE prejudicou por alguns meses a divulgação da taxa de desemprego apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrange as seis principais regiões metropolitanas do País. A análise dos dados de Salvador e Rio de Janeiro não ficou pronta a tempo de cumprir o calendário da pesquisa, por conta da paralisação dos trabalhos.
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