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Nível baixo do tietê paralisa transporte

08:50 | Mai. 05, 2014
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O transporte de grãos emperrou na hidrovia Tietê-Paraná neste feriadão de 1° de maio. Ao menos duas barcaças carregadas com 4 mil toneladas de soja cada uma encalharam no leito do rio e outras cinco tiveram de esperar por até dois dias para fazer a travessia na eclusa da usina de Nova Avanhandava, em Buritama (SP).

O nível do rio Tietê na região, que já é baixo, está ainda mais baixo que o normal para esta época do ano. A estiagem e a crise de energia, que usa mais água para geração de eletricidade, estão reduzindo o nível do rio, prejudicando o escoamento da safra recorde de soja.

As embarcações começaram a parar na quarta feira, 30 de abril. No domingo, 4, em uma operação especial elas puderam seguir viagem. A operação consiste em reduzir a captação de água de energia de uma usina e aumentar a de outra, provocando ondas que aumentam o nível do rio.

Essas travessias só estão sendo viabilizadas porque as empresas que usam a hidrovia, transportando soja do Mato Grosso e Goiás, para Pederneiras e depois até o Porto de Santos reduziram em um terço a capacidade de carga de suas embarcações. A diferença está sendo transportada por caminhões. Calcula-se que, desde fevereiro, mais de 250 mil toneladas de grãos da safra de soja deixaram de ser transportadas na hidrovia em razão do problema, elevando os custos do transporte. O custo da tonelada de soja transportada por hidrovia gira em torno de R$ 40 a R$ 45. De caminhão, este valor sobe para R$ 130 a tonelada.

"Reduzimos nossa carga, mas o casco das embarcações ainda raspa no fundo do rio", diz o contramestre Eurídes de Almeida Júnior, da Louis Dreyfus Commodities, que ontem, após quase dois dias de espera, conseguiu atravessar um comboio carregado de soja.

Outra embarcação, da transportadora TOR, aguardava desde sábado para continuar a viagem. "Em 11 anos que navego por esta região, nunca vi o nível tão baixo para esta época do ano", afirma o comandante Vilmar Farcos.

A reportagem ligou para a Secretaria dos Transportes para tentar localizar os responsáveis do Departamento Hidroviário, mas a informação foi de que só retornam nesta segunda-feira, 5. No Centro de Controle Operacional (CCO,) a informação era de que as travessias estavam sendo feitas normalmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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