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Bens duráveis já refletem a economia mais fraca, diz FGV

15:10 | Mai. 23, 2014
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Tipo Notícia
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, disse nesta sexta-feira, 14, que a fraqueza da atividade já se reflete no comportamento da inflação de alguns segmentos. "Já aparece na parte de bens duráveis, que dependem de financiamento e crédito", afirmou, ao comentar o IPC-S de 0,69% na terceira quadrissemana de maio, divulgado hoje. Esse movimento pode ser observado, segundo ele, na trajetória dos preços industrializados do IPC-S, que desaceleraram de 0,47% para 0,36% entre a segunda e a terceira quadrissemanas de maio.

A demanda menor por estes produtos já causa deflação em alguns preços. O economista citou como exemplos a dinâmica de preços dos televisores, que ampliaram a queda de -1,33% para -1,62%. Outros itens que reforçam essa tese são automóvel usado (0,16% para -0,27%), aparelho de som (-0,34%) e ar-condicionado (-0,39%). No caso de automóvel novo, porém, houve alta de 0,37%, em reação às novas exigências da produção com itens obrigatórios de série, como air bag e freios ABS, segundo Picchetti.

Contudo, o economista ressaltou que esse movimento não chegou ao setor de serviços, que é amparado pelo mercado de trabalho ainda aquecido e pela manutenção da renda em alta. Este segmento teve inflação de 1,01% no IPC-S da terceira leitura de maio, ante 0,89% na quadrissemana anterior. Não por acaso itens como refeições em bares e restaurantes (de 0,62% para 0,63%), condomínio residencial (de 1,10% para 1,22%) e plano e seguro de saúde (que manteve aumento de 0,71%) figuraram entre as maiores influências de alta do IPC-S da terceira quadrissemana do mês.

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