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Tombini: Brasil deve priorizar reservas internacionais

15:10 | Abr. 13, 2014
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A normalização da política monetária dos Estados Unidos permitirá ao Brasil voltar à estratégia anterior, de esterilizar as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio por meio do aumento das reservas internacionais, conseguindo, com isso, controle maior da liquidez no mercado doméstico, afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, neste domingo, 13, durante seminário sobre a normalização de políticas monetárias, na universidade George Washington.

Tombini disse que, antes da crise financeira mundial, o Brasil conseguia ter uma política monetária relativamente independente e também maior controle da liquidez doméstica. Após a crise, porém, com a adoção das políticas monetárias não convencionais nos países desenvolvidos, principalmente via compras de ativos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), passou a ser mais difícil ao BC brasileiro e de outros emergentes controlar a liquidez doméstica. Os investidores passaram a buscar retorno maior nos mercados emergentes, enquanto os juros nos países desenvolvidos se reduziam para níveis históricos de baixa.

"Esterilizar as intervenções no câmbio via aumento das reservas não foi mais suficiente. A esterilização nunca era perfeita. Dinheiro foi deixado na mesa", afirmou. Com isso, medidas adicionais para garantir a estabilidade do mercado financeiro foram necessárias e precisaram ser tomadas pelo governo brasileiro, destacou Tombini. Esterilizar as intervenções no mercado de câmbio por meio do aumento das reservas internacionais passou a não ser mais suficiente. Assim, o Brasil teve de adotar medidas como o controle da expansão do crédito e de gerenciamento dos fluxos de capital, afirmou o presidente do BC.

O Brasil e outros emergentes aprenderam como lidar com os diferentes ciclos globais, afirmou Tombini. "Políticas que foram adotadas em outras economias têm potencial de contagiar outras economias, especialmente emergentes", completou. O contágio de políticas, frisou o presidente do BC, não é algo novo. Mas mesmo com os emergentes mais experientes em lidar com os diferentes ciclos globais, Tombini frisou que não há como recomendar melhores práticas e mais estudos e discussões precisam ser feitas sobre as políticas não convencionais.

A fala do dirigente do BC brasileiro foi bem parecida à que ele fez em uma palestra na última quinta-feira, 10, no Brookings Institution, no qual ressaltou que o Brasil construiu colchões de proteção nos últimos anos. Os eventos fazem parte da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), que termina hoje.

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