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Aceleração do IGP-DI em março era esperada, diz FGV

13:10 | Abr. 07, 2014
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A aceleração do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em março era mais do que esperada, afirmou o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. O indicador subiu 1,48% no mês passado, contra 0,85% em fevereiro. "Agora, provavelmente, o impacto da estiagem veio mais completo", avaliou.

Apesar disso, Quadros notou que, na comparação com os demais IGPs, a inflação já começa a mostrar desaceleração. "O pico foi atingido no IGP-M. Então, a taxa ainda é forte, mas, comparada aos outros IGPs, já é desaceleração", destacou.

Para o superintendente, será uma questão de tempo voltar a uma "situação normal", em que a inflação mensal medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) marcará algo ao redor de 0,5%. "Claro que não será de uma hora para outra, pois alguns itens não estão em desaceleração, como é o caso da pecuária. Então, será um processo gradativo", ponderou.

Entre o IGP-M de março (1,67%) e o IGP-DI (1,48%), Quadros destacou que houve uma desaceleração de 0,19 ponto porcentual. Segundo ele, a tendência é que esse ritmo de recuo ganhe força ao longo das próximas apurações. "Alguns produtos estão começando a recuar, e outros vão ganhar velocidade. A estiagem já acabou, não tem razão para gerar novas pressões", afirmou.

Quadros aposta que o IGP-DI de abril virá abaixo de 0,85%. Para ele, ainda será uma taxa elevada, mas já devolvendo parte dos efeitos contabilizados após a estiagem. Apesar disso, não será o caminho completo. Um recuo mais forte deve vir só nos meses posteriores, afirmou o superintendente. "Ainda terá espaço, porque matérias-primas não vão desacelerar tudo em um mês só. Além disso, os bovinos, por exemplo, ainda estão em desaceleração", destacou.

A taxa em 12 meses, que saiu de 6,30% em fevereiro para 7,55% em março, também deve continuar ganhando força, disse Quadros. Isso porque as taxas registradas em iguais meses do ano passado para esta época foram muito baixas (em abril de 2013, houve deflação de 0,06%). A primeira oportunidade de recuo na taxa em 12 meses, segundo o superintendente, virá apenas em junho.

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