ABC Brasil: IGP-DI deve desacelerar mais
A principal contribuição para esse movimento virá dos preços agropecuários. Depois de subirem 5,58% no IGP-DI de março, Leal acredita que o próximo indicador trará uma taxa entre 3% e 3,5% para os produtos desta origem.
A grande preocupação, contudo, é com as influências repassadas aos preços no consumidor. Segundo ele, a alta de bovinos e aves no atacado deve começar a aparecer com mais força no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), dentro dos IGPs, bem como no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE e considerado a inflação oficial do País. Isso porque soja e milho, principais matérias-primas das rações, estão subindo fortemente no atacado. "As rações são mais da metade do custo das aves. Isso é preocupante", justificou Leal.
Segundo ele, a alta dos in natura, apesar de intensa, tem um ciclo mais curto e "devolvem" mais rapidamente as taxas elevadas. "No caso dos bovinos, demora mais tempo, e isso é uma das coisas que já vai pressionar o IPCA de março e de abril", disse o economista.
Leal espera uma taxa de 0,85% no IPCA de março. Em abril, a inflação dificilmente ficará abaixo de 0,70%, acrescentou. "A alimentação deve vir na casa dos 1,5% nos dois meses", disse. No caso dos IGPs, a desaceleração será ajudada ainda pela queda nos preços do minério de ferro, na esteira das expectativas de crescimento menor da China. Apesar disso, o IPC deve continuar acelerando em abril, estimou Leal.
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