Setor de serviços cresce 9,3% em janeiro
Nos cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o crescimento real da receita ficou em 1,1% no período, descontada a inflação de serviços de 8,26% acumulada em 12 meses. De acordo com o economista da CNC Fabio Bentes, foi a maior elevação real da receita desde abril de 2013. "Temos uma conjuntura um pouco melhor neste início de ano. Pode ser o início de uma recuperação do setor", avaliou Bentes. "O primeiro mês do ano teve a atividade crescendo significativamente, e o que parece estar por trás é o mercado de trabalho aquecido", acrescentou, destacando a alta de 12,1% na receita dos serviços prestados às famílias em janeiro ante igual mês de 2013.
O arrefecimento da inflação de serviços em janeiro também pode ter contribuído positivamente para o faturamento, segundo Bentes. Apesar disso, a perspectiva para fevereiro é de crescimento menos vigoroso em função da aceleração já apurada nos preços ligados ao segmento. "Os serviços têm sido prejudicados pela inflação alta. E, neste ano, temos novas pressões, como o aumento da demanda durante a Copa", disse o economista.
Para o IBGE, os dados divulgados ontem reforçam o cenário de desaceleração traçado para a atividade, que responde por dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Em janeiro, a alta acumulada em 12 meses da receita em serviços ficou em 8,5%. Um ano antes, era de 9,8%. "É uma tendência de desempenho menor em relação a 2013. O setor de serviços acompanha, ele é complementar a outras atividades, como indústria, comércio e agricultura", afirmou Saldanha. "É a desaceleração (na atividade econômica) que chega ao setor de serviços."
Apesar disso, o técnico do IBGE afirmou que o ciclo de elevação da taxa básica de juros, a Selic, iniciado em abril de 2013, ainda não afetou os serviços, ao contrário do que vem sendo percebido em outras atividades, como o comércio. O Comitê de Política Monetária (Copom) já elevou a Selic em 3,5 pontos porcentuais, para 10,75% ao ano, mas isso não foi suficiente para reduzir a demanda por serviços, afirmou Saldanha. "Enquanto a renda do trabalhador estiver crescendo, o setor de serviços vai se manter aquecido", disse.
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